A candidata a prefeita, Rosani Terezinha Pires da Costa Donadon (PMDB), 44 anos, já foi secretária de bem-Estar Social de Vilhena em 1997/1998 e entre 2001 e 2004, quando seu marido Melki Donadon foi prefeito da cidade.
Conhecida por relevantes trabalhos no assistencialismo social em Vilhena, Rosani busca se eleger numa coligação de 13 partidos e com a bandeira de organizar a cidade e fazê-la crescer novamente.
Evangélica a candidata tem força no meio religioso e com os mais humildes, que segundo relatos em redes sociais e em programas eleitorais creditam a ela e a seu marido grandes conquistas em suas vidas no começo dos anos 2000.
Porém, no início do mês sua candidatura foi indeferida pela Justiça Eleitoral de Vilhena, o que a fez recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral em Porto Velho, e a decisão sobre sua candidatura deve sair este sábado, 01 de outubro.
Mesmo se indeferida novamente pelo TRE-RO, Rosani disputará as eleições, e tentará recorrer das decisões ao TSE e ao STJ, mas depois das eleições.
Rosani é casada com Melki Donadon e tem quatro filhos. Como candidato a vice-prefeito Rosani tem o empresário Darci Cerutti do partido Democratas (DEM).
ENTREVISTA
Pensando no eleitor vilhenense, o VILHENA NOTÍCIAS preparou uma série de 20 perguntas para três candidatos a prefeito da cidade, sendo que 18 delas são iguais e duas são direcionadas a questões que envolvem os candidatos diretamente.
O site publicou as três entrevistas ao mesmo tempo e no mesmo espaço, a fim de obedecer ao princípio da isonomia entre os candidatos e com o objetivo de mostrar de forma organizada aos internautas e aos eleitores as principais nuances e traços dos três candidatos que podem vir a governar a cidade pelos próximos quatro anos .
Confira o que pensa Rosani Donadon:
1) Como moradora de Vilhena há muitos anos, como surgiu o interesse de ser prefeita?
Rosani: Quero ser prefeita de Vilhena principalmente pela vontade de retribuir tudo o que aprendi sobre administração pública, de colocar em prática os ensinamentos adquiridos ao longo da vida. Quando aceitei o desafio de me candidatar à prefeitura de Vilhena, sabia que se tratava de uma decisão importante, difícil e que deveria abrir mão da minha vida pessoal em prol do nosso município. Estou disposta a contribuir com o desenvolvimento de Vilhena e imprimir um conceito eficiente de administração, pautado nas necessidades do povo, gerando dignidade às pessoas.
2) Com toda exposição de imagem e do cotidiano que um prefeito e sua família passam ao assumir o cargo, sua família lhe apoiou e está preparada para os quatro anos de exposição?
Rosani: Com certeza. Venho de uma família tradicional da política rondoniense e não vemos problema de estar próximos às pessoas, de nos envolvermos por inteiro com as ações de desenvolvimento da nossa comunidade. Tenho quatro filhos e contei com o apoio de todos eles. Isso foi primordial para que meu projeto pudesse ser consolidado. Conto, ainda, com o apoio e dedicação do meu esposo, Melki Donadon, que sabe muito bem como é ser prefeito.
3) Se for possível até lá, com tantas mudanças que ocorrem nas leis eleitorais, você estaria disposta a disputar uma reeleição, ou o que trabalho que pretende fazer em Vilhena está restrito a 4 anos?
Rosani: Eu prefiro que essa decisão seja tomada pela comunidade depois que colocar em prática os projetos que estamos desenvolvendo para Vilhena. Quero trabalhar pensando no mandato atual, se a população pedir por continuidade, vamos debater juntos o assunto. Nossos projetos irão gerar um salto de qualidade para o município, e é com esse objetivo que decidi aceitar, o desafio de ser prefeita de Vilhena.
4) Em suas caminhadas pela cidade, muitas pessoas têm mostrado aversão à política neste momento, o que você pensa sobre essas pessoas e seus motivos?
Rosani: Algumas pessoas têm mostrado desinteresse pela política, e eu entendo seus pontos de vista. O país de um modo geral está enfrentando uma crise política de grandes proporções, e o município de Vilhena também. Isso irá acabar a partir do momento em que as pessoas veem os recursos arrecadados pelo poder público revertidos em benfeitorias, e é exatamente isso que iremos fazer, promover cidadania, bem-estar e fomentar o desenvolvimento de nossa sociedade.
5) É provável que você tenha pelo menos cinco vereadores opositores na Câmara durante seu governo, qual linha você pretende seguir, uma linha mais tênue ou uma mais firme na relação com esses vereadores?
Rosani: Prefiro a linha do diálogo, do bom senso e do respeito. Acredito que a câmara de vereadores de Vilhena iniciará a partir da próxima legislatura um novo período de sua história. Acredito também que é momento de trabalhar em parceria para fazer com que o município volte a crescer, de estruturar todos os segmentos públicos para oferecer melhor qualidade de vida aos cidadãos. É isso que espero da câmara: trabalho em conjunto.
6) É um fato que aconteceu nas últimas administrações locais, e não pode ser negado que boa parte dos vereadores forçam uma política de “toma-lá-dá-cá”, como você pretende lhe dar com os pedidos dos vereadores?
Rosani: Vamos trabalhar dentro da legalidade, sem excessos como sempre fizemos ao longo da nossa história. Os candidatos sabem que é momento de mudança, e que a política está se modernizando. O que eles pedirem para a comunidade, relacionado a mudanças, melhorias, investimentos em programas sociais, com certeza será atendido.
7) A prefeitura de Vilhena tratará com cerca de R$ 20 milhões todos os meses, valor que pode subir. Atualmente cerca de 50% desse valor é utilizado em folha de pagamento anualmente, e boa parte do restante sustenta o setor de saúde, o que não deixa nada para outros projetos, que acabam precisando de dinheiro do Estado ou da União para existirem, o que você pretende fazer para mudar esse quadro?
Rosani: O município de Vilhena é que o mais arrecada no interior do estado de Rondônia, ficando atrás apenas da capital. Quando o Melki foi prefeito, conseguimos desenvolver uma série de programas, criamos novos projetos, implantamos asfalto, estruturamos a saúde, enfim… Tivemos crescimentos consideráveis em todos os setores. Não existe fórmula mágica para lidar com recursos públicos. Precisamos economizar, utilizá-lo com consciência, visando o desenvolvimento de nossa cidade. Os apoios externos também são de extrema importância. Contamos com o aval de 16 deputados estaduais, além do Governador Confúcio Moura, da maioria dos deputados federais e dos Senadores. Todos garantiram recursos para Vilhena, os quais irão auxiliar no processo de desenvolvimento de nossa cidade.
8) Com o surto de assaltos que tem acontecido em Vilhena, qual a proposta da candidata para melhorar a segurança pública do município?
Rosani: A segurança pública é de responsabilidade do Governo do Estado. Contudo, sabemos que o município pode ajudar desenvolvendo ações que incentivem a saída de homens e mulheres das ruas, bem como das crianças de adolescentes. O aumento do índice de violência no nosso município está diretamente ligado ao tráfico e consumo de drogas. Com os programas voltados para as crianças e os jovens como, por exemplo, educação de tempo integral, esporte e cultura vamos ocupar o tempo livre dessas crianças com atividades complementares. Isso as manterá ocupadas e deixarão de estar na rua, permanecendo longe do aliciamento do crime. Para os adultos, vamos desenvolver projetos que os incentivem a buscar capacitação. O trabalho, além de trazer o sustento das famílias, proporcionando dignidade ao cidadão.
9) Todo prefeito tem grandes ideias para seu município no setor de obras, você já teria pelo menos três grandes obras que pretende fazer em Vilhena?
Rosani: Estão nos criticando porque digo que iremos fazer 100 quilômetros de asfalto ao longo do mandato. Mas isso é perfeitamente possível. Além das contrapartidas do município, contamos com o apoio do Governo do Estado, que já se prontificou em deixar uma usina de asfalto em Vilhena para ajudar na consolidação deste projeto. Asfalto é desenvolvimento e é uma meta coerente que será alcançada. Vamos investir na compra de equipamentos próprios para reduzir o custo operacional da Secretaria de Obras. Vamos, ainda, investir na ampliação e construção de novas unidades públicas para melhorar ao atendimento à comunidade como postos de saúde, centros da juventude, escolas, dentre outros.
10) Secretarias municipais: os titulares e adjuntos serão pessoas técnicas ou você nomeará indicados pelos partidos que compõem a base de governo?
Rosani: O secretariado será composto por pessoas que tenham capacidade administrativa e ao mesmo habilidade para atender com eficiência e educação as pessoas que procurarem os serviços das pastas. Essas são as principais exigências.
11) Mortes no trânsito: a cada ano o número de mortes registradas no perímetro urbano de Vilhena tem aumentado. Somente em 2016, nove pessoas tiveram morte instantânea. Quais medidas o você pretende adotar para diminuir a violência no trânsito?
Rosani: Para reduzir a violência no trânsito é necessário um estudo aprofundado para que possamos desenvolver trafegabilidade segura aos motoristas e transeuntes. Vamos estruturar a secretaria de trânsito para que tenhamos equipes de especialistas dos mais diversos setores do segmento que possam auxiliar na implantação de estratégias eficientes para sanar o problema.
12) Saneamento Básico: Quais os planos de sua gestão para setor?
Rosani: Vamos reestruturar o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) que é uma criação da nossa gestão e vamos consolidar um estudo para que possamos ampliar o atendimento à população sem trazer prejuízos à nossa comunidade.
13) Quais são suas principais propostas para fomentar a cultura em Vilhena?
Rosani: Sempre prezamos por bons projetos. Quando administramos a nossa cidade, as crianças podiam estudar música, tinham acesso à literatura e contavam com pessoas capacitas para lhes atender. Vamos retomar essas ações e ampliá-las, tendo em vista o fato de que o município cresceu. Vamos construir um teatro onde os artistas poderão se reunir para apresentar suas obras, e consequentemente se tornará um ponto de encontro da comunidade.
14) Na educação é necessário pensar nos alunos e nos professores, o que podemos esperar de melhorias para os alunos e para os professores em relação ao que já existe?
Rosani: Sempre fomos parceiros do servidor público de um modo geral. Foi durante nossa gestão que o plano de carreira dos professores do município foi criado. Agora não será diferente. Vamos inserir no calendário pelo menos duas conferências anuais para os professores, além de fomentar e ampliar a formação continuada. Os alunos poderão contar com escolas estruturadas, merenda de qualidade, e todo conforto necessário para lhe garantir uma educação de qualidade.
15) Por que o vilhenense deve optar por você nas urnas e não nos outros dois candidatos?
Rosani: O município de Vilhena precisa voltar para o caminho do desenvolvimento. Para isso, é necessário experiência na administração pública, visão e parcerias para acelerar o processo de crescimento de nosso município. Nosso projeto oferece tudo isso. Vamos aplicar um novo ritmo de trabalho com transparência, credibilidade e respeito à população.
16) Vários adolescentes que acabam o ensino médio procuram o primeiro emprego, porém, recebem a mesma desculpa de falta de experiência por parte dos empresários. Já o recém-formado em cursos superiores, se acaso não possuírem nenhum vínculo ou conhecimento com empresas específicas no ramo que se formou, demoram demais para serem reconhecidos como profissionais. Qual sua posição sobre este assunto e o que pretende fazer para mudar essa realidade?
Rosani: Sempre tivemos preocupação com o jovem por entender sua importância para o futuro da nossa comunidade. Enquanto secretária de ação social, desenvolvemos vários programas para auxiliá-los na busca pelo primeiro emprego. De fato é muito mais complicado garantir uma vaga no mercado de trabalho sem experiência. Vamos oferecer vários cursos de capacitação para prepará-los para essa nova fase de suas vidas.
17) Como você gostaria que a sua gestão fosse lembrada na história dos prefeitos de Vilhena?
Rosani: Estamos empenhados para fazer muito por Vilhena. Não aceitei o desafio de ser prefeita para me fazer lembrada. Quero desenvolver um bom trabalho, e deixo a cargo da população o registro histórico do meu mandato.
18) O Ministério Público Federal, Estadual, as polícias Civil e Federal tem investigado a fundo quase todas as atividades realizadas pela prefeitura, e tendem a continuar assim nos próximos anos. No caso, de algum membro de sua gestão investigado, você pretende agir como, afastando-o das funções ou aguardando o fim das investigações?
Rosani: A população de Vilhena pode ter a certeza de que eu serei a primeira a denunciar qualquer indício de irregularidade. Vamos priorizar a contratação de pessoas capacitadas, irei fiscalizar constantemente as ações desenvolvidas por cada secretaria e não irei aceitar nenhum tipo de conchavo.
19) Algumas pessoas comentam que a escolha do seu nome como candidata poderia ter sido feito para próxima eleição, a deputada federal ou estadual, o que evitaria qualquer embate judicial, e nesta eleição, o nome da deputada Rosângela ou a Raquel Donadon poderiam evitar uma campanha com menos ataques, o que você poderia falar sobre esse pensamento?
Rosani: Independentemente de quem fosse o candidato da família Donadon, os ataques seriam os mesmos. A oposição vem agredindo a imagem da nossa família com ofensas pessoais. A escolha do meu nome não foi imposta, um grande grupo de pessoas, partidos e membros da sociedade civil propôs meu nome, e eu aceitei. Estou apta a concorrer estas eleições e o eleitor pode ter certeza de que irei assumir a prefeitura de Vilhena.
20) Após diversos processos judiciais, mesmo com a contra-partida de diversos feitos na política, o nome Donadon ficou marcado. Se elegendo prefeita, você já pensa em fazer uma gestão voltada a transparência afim de desmistificar essa impressão?
Rosani: O nome da família Donadon ficou marcado na história da política de Rondônia por conta do trabalho, do empenho dedicado às ações sociais, ao bem estar da nossa comunidade. Vamos continuar trabalhando firmes para que novos projetos sejam consolidados e que tenhamos cada vez mais por fazer pela nossa gente.