Ministério Público pediu informações para apurar caso de suposta tortura de detento em Colorado

Nilmar dos Santos e sua esposa Francineia Costa de Oliveira são suspeitos de matar o casal de dentistas Dionelia Giacometti e Eldon Mai

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Nilmar foi socorrido ao hospital municipal de Colorado e depois levado para Cerejeiras, onde fez exames de raio-x.

A denúncia de que o detento Nilmar dos Santos teria sido espancado por presos, dentro da Cadeia Pública de Colorado do Oeste, no Cone Sul de Rondônia, fez com que o Ministério Público, a pedido da defesa do investigado, resolvesse pedir uma apuração sobre o caso.

A solicitação foi encaminhada à 1ª Vara Criminal de Colorado, que determinou a prisão do indagado. O sistema penitenciário de Colorado do Oeste já apresentou resposta. Segundo a defesa, respondeu “apenas as informações constantes nos autos que dizem que o interno sofreu uma queda”.

Nilmar dos Santos (38) e sua esposa Francineia Costa de Oliveira (37) foram presos no dia 7 de julho deste ano, em Vilhena, suspeitos de matar um casal de idosos na cidade de Colorado. A mulher nega participação no crime.

No dia 8, os investigados foram transferidos de Vilhena para a Cadeia Pública de Colorado. Um dia depois, Nilmar foi colocado em isolamento.

A medida foi tomada após ele ter sido socorrido ao hospital municipal da cidade, na noite anterior, com graves lesões no corpo e duas costelas quebradas. O preso justificou que as lesões foram causas após ele cair de uma “jega” (cama de concreto) enquanto dormia. Para a defesa, ele foi forçado a apresentar essa versão.

Nilmar dividia uma cela com outros dois presos, quando o incidente aconteceu.

Ao Vilhena Notícias, o diretor da unidade prisional de Colorado, Luciandro Pereira Cardoso, informou à época que registrou o caso conforme declarações do preso e explicou que garantiu o isolamento para assegurar a integridade física do investigado.

Após o episódio o casal foi transferido da Cadeia Pública de Colorado para unidades prisionais de Cacoal, na área central do estado. A transferência foi confirmada no dia 14 de julho. Ainda naquele mês a defesa pediu o relaxamento da prisão temporária do casal. A Justiça negou.

Ameaças e transferências

A reportagem do Vilhena Notícias apurou, junto ao TJ-RO, que a mulher também teria sofrido agressões na cadeia de Colorado e por isso foi levada para Cacoal.

No dia 29 de julho, a defesa fez um novo pedido de transferência do casal, dessa vez para Porto Velho. O que motivou o pedido foram ameaças de morte que eles sofreram no presídio de Cacoal. Segundo a defesa, a Justiça autorizou, e os investigados já estão em unidades da capital. O Ministério Público ainda não denunciou o casal à Justiça.