PF intima líder indígena de Rondônia por criticar ações do governo

Em nota, a Apib afirmou que a intimação foi uma forma de "criminalizar o movimento indígena"

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A Polícia Federal intimou o líder indígena de Rondônia, Almir Suruí, a prestar depoimento em um inquérito aberto em razão de divulgações na internet que, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), propaga “mentiras” contra o governo.

O inquérito investiga notícia crime de difamação, supostamente praticada contra a Funai, por integrantes da associação Metareilá do povo indígena Suruí, representada por Almir.

Por telefone a liderança confirmou que foi procurado pela Polícia Federal na sexta-feira (30). Ele também disse que apenas vem falando que o governo atual não tem atendido de forma respeitosa a questão indígena.

“Isso não é difamação, esse inquérito é uma ameaça do governo, mas sei que vamos enfrentar”, diz Almir.

A PF também intimou a líder indígena Sonia Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a prestar depoimento.

“A perseguição desse governo é inaceitável e absurda! Eles não nos calarão!”, escreveu Sonia Guajajara em uma rede social.

Em nota, a Apib afirmou que a intimação foi uma forma de “criminalizar o movimento indígena”.

“O governo busca intimidar os povos indígenas em uma nítida tentativa de cercear nossa liberdade de expressão, que é a ferramenta mais importante para denunciar as violações de direitos humanos. Atualmente, mais da metade dos povos indígenas foram diretamente atingidos pela Covid-19, com mais de 53 mil casos confirmados e 1.059 mortos“, diz a nota da entidade.

 

FONTE: G1