PF faz operação contra grupo que loteava e desmatava Floresta Nacional em RO

Reintegração de posse acontece na mesma área onde militar da Força Nacional foi morto em conflito em 2013. PF apurou que organização criminosa desmatava e loteava unidade de conservação.

2007
Operação Bom Futuro — Foto: PF/Divulgação

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (10) a operação Bom Futuro, com objetivo de desarticular um grupo que loteava terras dentro da Floresta Nacional Bom Futuro, localizada ao norte de Rondônia. Ao todo, são cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão.

Segundo a PF, as investigações começaram em 2018, após a prisão de vários invasores em uma área conhecida como Acampamento Boa Esperança. O objetivo do inquérito era apurar a existência de uma organização criminosa que desmatava e loteava terras na Flona.

Ainda de acordo com a polícia, a organização criminosa era responsável por diversas práticas ilícitas numa área invadida da União que ultrapassa 500 hectares da Unidade de Conservação Federal.

A investigação, conforme a PF, conseguiu identificar os líderes do grupo, responsável por cadastrar as famílias, demarcar os lotes, recolher mensalidades, comprar mantimentos para os invasores e fazer a degradação necessária para a instalação das famílias. Eles também contratavam advogados para a defesa dos presos durante as fiscalizações.

Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal em Porto Velho, que também determinou o bloqueio e sequestro dos bens dos investigados e autorizou a destruição de máquinas e equipamentos encontrados em locais proibidos, desde que a medida seja necessária para evitar o uso indevido e não seja possível a guarda e o transporte.

Operação Bom Futuro — Foto: PF/Divulgação
Operação Bom Futuro — Foto: PF/Divulgação

Histórico de invasões

A área do Acampamento Boa Esperança já havia sido alvo de invasão em 2013. Na época, uma operação de retomada na reserva predeu 10 pessoas e 18 motocicletas.

Segundo a Polícia Federal, após a operação, a população, se revoltou e como represália, queimou pontes para isolar os servidores envolvidos e incendiou um caminhão do Instituto Chico Mendes da Conservação de Biodiversidade (ICMbio).

O conflito aumentou e a Companhia de Operações Especiais da Polícia Militar (PM) precisou usar meios menos letais para forçar a passagem da equipe.

A PF e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram chamadas para reforçar a segurança. A Força Nacional também foi solicitada e começou a atuar na região.

No distrito de Rio Pardo, os militares foram encurralados e um dos policiais acabou sendo morto.