Quatro pessoas irão responder pela morte do policial penal André Borges Mendes, de 36 anos, de acordo com a Polícia Civil. O crime foi em agosto deste ano no posto de combustível Cavalo Branco, na área central de Vilhena. Todos estão presos e responderão pelo crime.
Entre os envolvidos está um adolescente de 17 anos e a punição máxima prevista para ele, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é de três anos de internação como medida socioeducativa. Os detalhes da investigação foram repassados pelo delegado de Polícia Civil Nubio Lopes de Oliveira em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 30 de setembro.
O inquérito aponta que André Borges foi assassinado pelo fato de ser Policial Penal.
“Ele foi escolhido ao acaso, apenas pelo fato de ser um agente do Estado”, aponta Nubio Lopes.
A apuração investigativa revelou que os envolvidos na morte fazem parte de uma organização criminosa. Segundo o delegado do caso, a facção, da qual fazem parte os indiciados, funciona como uma rede de criminosos, a maioria deles nas prisões, que atua com um braço político e outro econômico. Do lado político, o grupo usa um discurso de união entre os ladrões – “o crime fortalece o crime” – e de enfrentamento contra o “estado opressor” – termo usado pela organização criminosa para definir os agentes do sistema de segurança pública e os integrantes de grupos rivais.
A investigação
Três dias após o assassinato a polícia conseguiu prender um homem de 21 anos, de iniciais C.H.I.E. em Cabixi, e descobriu que ele foi o mentor do crime e a pessoa que pegou a arma emprestada para matar o policial penal. Ao ser preso ele alegou ter apenas presenciado o crime e por isso teria fugido para a cidade vizinha.
Inicialmente a Polícia Civil havia divulgado a imagem de J. S. R. de 27 anos, vulgo “Matajunta”, e apontado ele como mandante do crime. Apesar de não ser o mentor ele também participou do assassinato ao incitar o adolescente de 17 anos, conhecido como “Vitinho”, a matar André Borges, afirmou o delegado Nubio Lopes.
O quarto envolvido na morte é um homem conhecido pelo apelido de “Mestre”. Ele foi preso e confessou ter fornecido a arma usada no crime. “No depoimento ele disse que estava ciente que a arma seria usada para matar alguém, mas pensou que fosse para executar um membro de uma facção rival”, detalhou o delegado. “Mestre” foi indiciado por homicídio simples, diferente dos outros envolvidos que irão responder por homicídio doloso duplamente qualificado.
Relembre o caso
Na noite de domingo, o policial penal André Borges Mendes, de 36 anos, foi executado a tiros em um posto de combustível.
Uma testemunha informou à Polícia Militar (PM) que foi ao posto de gasolina para buscar duas pessoas, quando viu um homem em uma bicicleta azul efetuando diversos disparos de arma de fogo contra André. E um dos tiros atingiu o pé de uma adolescente de 16 anos que também estava no local.
André morreu após levar três tiros nas costas.