Após resgate em fiação elétrica, preguiça-real é devolvida à floresta

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Foto: Divulgação/Semcom

Em mais um trabalho de recondução de animais silvestres à Natureza, a Secretaria de Meio Ambiente (Semma) de Vilhena salvou mais um espécime ameaçado no Centro da cidade. Uma preguiça-real (Choloepus didactylus), comumente encontrada apenas no Norte da Amazônia, recebeu atenção da Semma desde que foi encontrada: os servidores se esforçaram por várias horas para retirá-la de fiação elétrica no Residencial União e também cuidaram de sua alimentação até que fosse possível devolvê-la em segurança a seu habitat natural.

O trabalho começou quando a Prefeitura foi avisada que moradores, na manhã do último dia 27, haviam encontrado um bicho-preguiça no bairro União. Ao chegar no local, os especialistas da Semma descobriram que o animal tinha chegado a entrar na casa de uma moradora, que então o colocou em um poste. A preguiça-real subiu até na fiação e corria o risco de ser eletrocutada e de causar um curto-circuito na rede do bairro.

Durante o resgate, funcionários da Semma contaram com o apoio de eletricistas da Energisa, que desligaram parcialmente a rede durante a ação. Acompanhando de perto, o Corpo de Bombeiros também foi acionado. Foi necessário que a Secretaria Municipal de Obras disponibilizasse um caminhão-cesto para que os servidores da Semma fizessem a remoção do bicho-preguiça. Quando alcançaram o animal, os assessores aplicaram um anestésico para poder desvencilhá-lo da fiação.

“A fragmentação da floresta faz com que muitos animais acabem indo parar na zona urbana, em busca de alimento e abrigo. Em relação à preguiça, muitos têm a impressão errada sobre o bicho, pensando que é tranquilo e pacífico. Porém ele é extremamente agressivo e pode causar sérios ferimentos ao ser humano com suas poderosas garras de até 10 cm que utiliza para escalar as árvores”, conta Thiago Baldine, assessor da Semma.

Marcela Almeida, secretária municipal de Meio Ambiente, conta que o resgate foi só a primeira parte da ação. “Depois que o animal foi salvo, trouxemos ele para a Prefeitura e tratamos dele. Verificamos também se não havia ferimentos ou sinais de doenças. Como estava tudo bem com o animal, agendamos a soltura para o dia seguinte. Nesta quinta-feira, dia 28, devolvemos ele ao seu habitat natural a cerca de 30 quilômetros do Centro”, comenta.

Solto diretamente em uma árvore de embaúba, a preferida do bicho-preguiça para se alimentar, o animal é mais um dos espécimes salvos pela Prefeitura em parceria com outros órgãos. Lembre mais casos aqui: http://bit.ly/devolucaosemma.

A PREGUIÇA-REAL – Esta espécie de preguiça é a maior da família dos megaloniquídeos, que vive há 35 milhões de anos no continente e está bem adaptada ao clima e à vegetação amazônica. Podendo chegar a 85 centímetros de comprimento, atinge de até nove quilos. Ela permanece quase toda a sua vida na copa das árvores e tem músculos fortíssimos, chegando a ficar agarrada nos ramos das árvores até mesmo durante seu longo período de sono que soma 20 horas diárias. O animal pode viver mais de 30 anos e as principais ameaças à espécie são o incêndio e o desmatamento.

Semcom