GREVE: População começa a sentir efeitos de falta de diálogo entre prefeito e servidores

Mães acionam a polícia por não conseguirem vacinar os filhos

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Foto: Reprodução

A greve do funcionalismo público municipal de Vilhena, deflagrada no início da semana, afeta o atendimento à população, principalmente, nas Unidades Básicas de Saúde. Os primeiros efeitos negativos da falta de diálogo entre prefeito e servidores foram sentidos por três mães que não conseguiram vacinar os filhos recém-nascidos no posto de saúde Lírio Hoesel, no bairro Cristo Rei.

Em entrevista ao site uma auxiliar de escritório, de 29 anos, contou que procurou a unidade de saúde na segunda-feira em busca da vacina pentavalente para a filha com dois meses de vida e ouviu de uma servidora que as atividades de vacinação estavam suspensas em virtude da greve. De acordo com o Ministério da Saúde, a pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite causada pela bactéria Haemophillus influenzae, é uma das vacinas mais importantes para os primeiros anos de vida.

Preocupada com a saúde da filha, a auxiliar de escritório procurou na rede privada e encontrou em um laboratório da cidade a vacina que custa mais de R$ 700,00. “É um valor muito oneroso pra nós”, conta ela.

O caso não foi isolado. No mesmo dia outras duas mães, com filhos recém-nascidos, procuraram o posto de saúde e passaram pela mesma situação. A unidade confirma que tem a vacina, mas a servidora responsável por ministrar as doses de imunização aderiu à greve.

As três mulheres procuraram a delegacia de Polícia Civil e registraram um boletim de ocorrência sobre o caso. Elas temem que a falta de imunização deixem os filhos expostos às doenças.

A GREVE

A greve foi deflagrada oficialmente na segunda-feira (2). Os servidores públicos lutam pela implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCC´S). O Sindsul (Sindicato dos Servidores Municipais do Cone Sul de Rondônia) alega que há dez anos o funcionalismo municipal sofre perdas salarias, pois, as correções salariais não cobrem a inflação. Os servidores não têm auxílio-saúde e seus auxílios transporte e alimentação estão defasados.

Cerca de 600 servidores da prefeitura aderiram à paralisação, segundo dados do Sindsul. A Saúde e a Obras são os setores mais afetados pela paralisação.

Na manhã desta terça-feira (3), enquanto mais de 150 grevistas ocuparam os corredores da Prefeitura Municipal de Vilhena no segundo dia de manifestação, o prefeito Eduardo Toshiya Tsuru (PV) estava em viagem a Santa Catarina e depois seguiria para São Paulo.

A assessoria da prefeitura alega que as viagens foram “previamente agendadas”. Em uma nota divulgada ontem a prefeitura reagiu à greve e disse que “investe quase R$ 20 milhões em servidores municipais”.