Em nota à imprensa radialista diz que foi à prefeitura para “cobrar” Eduardo Japonês

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Radialista e apresentador de TV Júlio Cesar da Silva, popular Julinho da Rádio

Acusado de invadir gabinete e ofender em tom ameaçador o prefeito Eduardo Japonês (PV), na manhã desta sexta-feira (7), o radialista Júlio Cesar da Silva, popular Julinho da Rádio, decidiu contra-atacar. Em uma nota enviada à imprensa agora à tarde, ele diz que foi ao paço municipal para cobrar explicações sobre supostas ameaças que o chefe do Executivo local teria feito a um integrante da Rádio Positiva FM, emissora onde Julinho conduz um programa diário em que aborda temas políticos e sociais. Na carta de uma página o comunicador não diz se ofendeu ou não o prefeito.

O radialista acusa Eduardo Japonês de ter encontrando em um restaurante da cidade o também comunicador da Positiva, Miguel Pereira. E a ele teria feito ameaças de fechar a rádio comunitária “custe o que custar”. O episódio ocorrido na semana passada, segundo Julinho, teria sido presenciado por algumas pessoas. Ainda em nota Julinho diz que foi até a prefeitura para ouvir do prefeito se era verdadeira a ameaça de pôr fim ao funcionamento da rádio, “tendo em vista que só este mês a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), órgão fiscalizador da emissora, esteve por três vezes fazendo averiguações devido a denúncias, porém, nenhuma irregularidade teria sido constatada”, declara o radialista.

Julinho da Rádio também explica que o segundo assunto que gostaria de ter abordado com o prefeito é em relação ao IPTU. O radialista questiona um projeto enviado à Câmara, pela prefeitura, que tem por objetivo readequar a alíquota do imposto.

“O aumento descabido de IPTU o qual já foi enviado para a Câmara Municipal para aprovação, desrespeita o Projeto de IPTU progressivo existente, muitas pessoas vieram pedir ajuda pois não terão condições de pagar caso o aumento seja confirmado”, argumenta o apresentador de rádio.

Sobre o assunto o Executivo declarou, ainda em novembro, que “técnicos da prefeitura identificaram um problema crônico, que é a avaliação errônea do valor venal dos prédios e lotes vagos na cidade. Alguns terrenos e prédios chegam a estar avaliados em 1% do seu valor real. Como o IPTU é calculado a partir desta avaliação, a taxa recolhida pela Prefeitura está completamente defasada.” Ainda segundo a prefeitura, há terrenos em áreas nobres avaliados em apenas R$ 500 e prédios no Centro da cidade avaliados em R$ 1,6 mil.

O radialista contesta e argumenta que a aprovação do projeto irá prejudicar a população mais carente de Vilhena. Por fim, Julinho “diz que é o cúmulo do absurdo enquanto as ruas estão esburacadas, alagadas e no escuro, o Hospital Regional de mal a pior, a Educação terminando o ano sem merenda nas escolas, e o Prefeito preocupado unicamente em perseguir a imprensa ameaçando e tentando calar a voz das comunidades, ele não sabe que a própria Presidente do STF à época Carmem Lúcia se pronunciou sobre casos como esse dizendo: ‘o tempo do cala boca já morreu’”.