Alunos do IFRO fazem manifesto por falta de transporte público

Após a chuva torrencial que caiu sobre Vilhena no último dia 14, dezenas de estudantes ficaram “ilhados” no IFRO, alguns chegando em casa por volta das 21 horas.

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Mais de 200 alunos de diversos cursos do Instituto Federal de Rondônia – IFRO, em Vilhena, fizeram hoje pela manhã (18), um manifesto pacífico em frente ao gabinete do prefeito Eduardo Japonês, para cobrar uma solução sobre o transporte coletivo que afeta o acesso dos alunos ao Instituto.

Com o início do ano letivo e a volta às aulas presenciais, os estudantes do IFRO estão enfrentando o desafio diário de chegar na sala de aula. Um “imbróglio”, envolvendo a prefeitura e a concessionária do transporte coletivo na cidade, a empresa Transpaim, impede que os alunos tenham acesso ao serviço.

O assunto vem ganhando repercussão nas redes sociais, especialmente após a chuva torrencial que caiu sobre Vilhena no último dia 14, quando dezenas de estudantes ficaram “ilhados” no IFRO, alguns chegando em casa por volta das 21 horas.

No manifesto, os alunos, segurando cartazes com frases como: “queremos transporte”, “prefeito, assine o decreto”, “queremos diálogo”, pediam a presença do prefeito, que chegou quase uma hora depois do início do ato e se fechou no gabinete com o proprietário da empresa de transporte coletivo.

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Depois de cantarem o hino nacional e gritarem palavras de ordem, os alunos aguardaram o prefeito, mas ele queria uma reunião a portas fechadas com representantes do movimento, o que não foi aceito pelos estudantes. Os alunos tentaram entrar no gabinete, mas foram impedidos pelos seguranças.

Os manifestantes queriam que Eduardo Japonês falasse publicamente sobre o problema, mas, o prefeito não atendeu a solicitação.

Segundo assessores do prefeito, o impasse está no preço da passagem. Com os constantes aumentos nos combustíveis, a empresa se nega a atualizar para R$ 12,00 reais, como previsto no convênio. A concessionária estaria exigindo que o preço atual seja de R$ 14,00.

Por outro lado, o presidente da Câmara de Vereadores, Ronildo Macedo, revelou que a Procuradoria da Prefeitura considera a contra partida da prefeitura ilegal, o que estaria impedindo que o prefeito assine o decreto liberando o acordo com a empresa e informou que o Legislativo teve uma reunião com a equipe do prefeito há poucos dias, mas, não houve avanços em razão da ilegalidade presente na contra partida por parte do município. Macedo disse que só uma nova licitação dará fim ao problema e que não há previsão de solução a curto prazo.

Quase no fim do manifesto, o prefeito apareceu cercado de assessores, mas, quem falou em seu nome foi a procuradora do município, MÁRCIA HELENA FIRMINO, que garantiu abrir processo administrativo contra a empresa. Diante da posição da procuradora, a professora do IFRO, Dra. Valéria Arenhardt, questionou a atitude proposta, que incluiria aplicação de multa ou penalidade contra a empresa. A professora, que defende uma solução até segunda feira, disse que é preciso articular uma saída urgente para garantir o transporte, mas, respeitando todos os lados envolvidos para que a melhor alternativa seja encontrada rapidamente.

Ficou acertada uma reunião para segunda feira às 09:30h, entre os coordenadores do movimento, professores, prefeitura e Ministério Público para discutir a possibilidade de confecção de um TAC –Termo de Ajuste de Conduta, que possa garantir os direitos dos alunos até que haja uma solução definitiva para o problema.