A Câmara Municipal de Vereadores de Vilhena, passou novamente por momentos de tensão. A 2ª sessão extraordinária do ano que deveria ser realizada às 09h00 desta segunda-feira, 02 de janeiro, para a eleição do presidente, vice-presidente, além do 1º e 2º secretários da mesa diretora da Casa de Leis, teve que ser novamente adiada por falta de quórum.
Os quatro parlamentares que se ausentaram da 1ª sessão extraordinária na tarde de ontem, domingo, 1º, sob a alegação de prestar auxílio à vereadora Leninha do Povo do PTB, que precisou ser socorrida ao hospital pouco antes das 13h00 após apresentar um quadro de hipertensão, novamente não compareceram na sessão desta segunda-feira.
Na tarde de ontem, um dos quatro, o vereador Carlos Suchi emitiu nota de esclarecimento justificando sua ausência e dos demais colegas. Leia aqui.
‘Clima esquentou’
O clima de tensão que se instalou na Casa de Leis teve um novo capítulo na manhã deste dia 02. O segundo vereador mais votado na última eleição, Rafazel Mazieiro (PSDB), abriu a 2ª sessão extraordinária às 09h20, mas em decorrência da ausência dos quatro vereadores, o chamado ‘grupos dos quatro’ teve que encerrar os trabalhos da Casa por falta de quórum (número insuficiênte de vereadoes).
De acordo com o regimento interno da Câmara, é necessária a maioria simples de parlamentares presentes na sessão para que seja realizada a eleição da mesa diretora. Para o quadriênio 2017/2020 a cidade de Vilhena terá 13 vereadores, sendo assim necessária a presença registrada de pelo menos 7 para a votação.
Centenas de pessoas que se dirigiram à Câmara para acompanhar os trabalhos da Casa, se disseram frustrados com o início de ano no legislativo vilhenense. Gritos de protestos foram entoados. Alguns mais exaltados pediram que após a eleição para a presidência da Casa, que os vereadores do ‘grupo dos seis’ abram um processo de perda de mandato por quebra de decorro dos vereadores Leninha do Povo, Carlos Suchi, Rogério Barrellas e Vera da Farmácia.
De acordo com informações não oficiais apuradas pela reportagem, o pedido de perda de mandato não teria embasamento jurídico.
‘Grupo dos seis’
Os vereadores Rafael Mazieiro e Samir Ali, ambos do PSDB, Ronildo Macedo (PV), França Silva da Rádio (PV), Célio Batista (PR), Adilson Chassi Laser (PSDB), que formam o bloco chamado ‘grupo dos seis’, registraram presença na Casa de Leis na manhã desta segunda-feira.
Com a ausência da vereadora Leninha do Povo, a mais votada na última eleição, o vereador Rafael Mazieiro assumiu interinamente a presidência da Câmara. Ao abrir a 2ª sessão extraordinária, o parlamentar leu o regimento interno da Casa e esclareceu aos presentes o motivo de não ser realizada a sessão por falta de quórum. A partir de agora, o presidente interino irá convocar diariamente sessões extraordinárias até que seja alcançado o número mínimo de vereadores para a eleição da mesa diretora.
Uma nova tentativa de votação será realizada nesta terça-feira, 03 de janeiro, às 19h30 na 3ª sessão extraordinária de 2017.
Internação sob suspeita
Ainda no domingo, alguns parlamentares do ‘grupo dos seis’ levantaram suspeita sobre os motivos que levaram à internação hospitalar da vereadora Leninha do Povo.
Na ocasião o vereador Rafael Mazieiro no uso da palavra desabafou: “É uma situação delicada. Nós acabamos de passar uma cerimônia de posse, onde todos nós, vereadores, população com os corações esperançosos ressaltamos a importância de dias melhores, mas infelizmente estamos passando por essa situação. Fico muito triste em ter que conduzir essa sessão nesta condição, porque é uma situação que pega todos nós despreparados. Nós pregamos moralidade, nós pregamos devolver a credibilidade da Câmara Municipal, da política municipal que nós havíamos perdido, mas com essas situações sujas que vem acontecendo eu já não sei se dias melhores virão”.
Samir Ali também não poupou críticas: “Ela [Leninha] apresentou um atestado, mas os outros três poderiam estar aqui para votarmos, pois é isso que a população espera de nós”, disse Samir Ali ao final da 1ª sessão.
França Silva e Célio Batista usaram palavras duras e classificaram a ausência dos quatro vereadores, como uma manobra. “Nós temos uma vereadora que conquistou quase 2 mil votos, mas que agiu com total irresponsabilidade”, disse Célio Batista.
O vereador Batista ainda classificou como manobra suja a ausência dos quatro vereadores.
“Agora a pouco a gente falou sobre dar esperança para a cidade de Vilhena, da conduta de pessoas eleitas para representar a população. Até pode ser justificado o atestado apresentado, mas nós temos outros três que faltaram, e faltaram não só com o compromisso, mas sim com o respeito à população na primeira sessão na qual define o presidente e toda uma história na Câmara de Vereadores. Lamento, mas digo sempre que a conduta do homem o define”, disparou França Silva.
Os seis vereadores disse que irão consultar o departamento jurídico da Câmara para uma possível investigação acerca da internação.
Quadro de saúde
Uma mulher presente na Câmara de Vereadores na manhã desta segunda-feira, disse que a vereadora Leninha do Povo teria apresentado melhoras em seu quadro clínico e já teria recebido alta ainda na noite de ontem. A reportagem não conseguiu até o fechamento desta matéria confirmar a veracidade da informação.
No atestado apresentado por representantes da vereadora à Casa de Leis, que justificou sua ausência na sessão de ontem e hoje, tem validade de 2 dias. A expectativa é que a parlamentar se apresente na 3ª sessão, a ser realizada amanhã às 19h30.
Também há a expectativa que os outros três vereadores retomem os trabalhos com a recuperação da colega.
A população está convidada para acompanhar os trabalhos da 3ª sessão extraordinária.
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FONTE: VILHENA NOTÍCIAS
