Promotor pede impugnação do mandato de Carmozino por suposta compra de votos e tráfico de influência

Promotor usou como base da denúncia, escutas telefônicas autorizadas pela justiça.

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O promotor de justiça Paulo Lermen do Ministério Público Estadual em Vilhena, ingressou com o pedido de impugnação de mandato contra o vereador reeleito Carmozino Alves Moreira (PSDC).

A íntegra do processo corre em segredo de justiça, mas a reportagem do VILHENA NOTÍCIAS obteve informações que o promotor usou como base, escutas telefônicas autorizadas pela justiça que mostrariam o vereador Carmozino Alves negociando a compra de votos com eleitores e seus assessores de campanha. Nas conversas, Carmozino também teria sido flagrado fazendo tráfico de influência para que seus eleitores fossem atendidos de maneira rápida nos agendamentos da Central de Regulação do município.

Em 04 de outubro do ano passado, o então vereador Jairo Peixoto também preso meses depois pela Polícia Federal, apresentou o requerimento de nº 024/2016, com objetivo de requerer ao ex-prefeito José Luiz Rover (PP), que enviasse à Casa de Leis, informações referentes aos agendamentos de consultas e exames liberados pela Central de Regulação, bem como o telefone e endereço dos usuários atendidos pelo Sistema Único de Saúde – SUS. O período era pós-eleição e o requerimento que precisava de aprovação da maioria dos vereadores foi barrado pelo próprio vereadores Carmozino, além de Célio Batista (PR), Vanderlei Graebin (PSC) e Marcos Cabeludo (PHS) que votaram contra. O ex-vice-presidente da Câmara, Garcia (DEM) se absteve. Com o posicionamento dos parlamentares, o requerimento foi rejeitado e José Luiz Rover (PP) não precisou dar informações sobre os agendamentos da Central de Regulação. O requerente à época, explicou que estava sendo cobrado por usuários do SUS que se encontravam com agendamentos feitos há mais de seis meses, mas que ainda não haviam sido chamados pela Central de Regulação.

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Carmozino Alves justificou seu voto contrário ao requerimento dizendo que “ter acesso ao nome, endereço e telefone dos usuários atendidos pelos SUS seria uma quebra de sigilo”.

O requerimento poderia ter mostrado possíveis casos de fura-fila nos agendamentos da Central de Regulação.

Na última terça-feira, 13, Carmozino tomou posse na Câmara de Vereadores se valendo de uma determinação judicial do desembargador Oudivanil de Marins do Tribunal de Justiça de Rondônia, que decidiu autorizar a posse do vereador reeleito. Mesmo tendo tomado posse, Carmozino Alves continua afastado da função parlamentar, mas recebendo salário.

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Dois advogados defendem o vereador. Eles negam qualquer acusação de compra de votos e/ou tráfico de influência.

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FONTE: VILHENA NOTÍCIAS