Prefeito e vice reúnem secretariado e falam sobre desafios da administração

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Por
Renato Spagnol

O prefeito de Vilhena, Eduardo Japonês (PV) e a vice Maria José (PSDB), se reuniram em uma coletiva de imprensa com todo secretariado nessa segunda-feira (09), no auditório da prefeitura para divulgar um balanço prévio feito em algumas secretarias e os principais desafios a serem enfrentados durante a gestão.

Semus

Na saúde, um dos setores mais problemáticos, o secretário Luiz Carlos Hassegawa, apresentou um dado alarmante. Segundo ele, ao assumir a pasta descobriu que no Hospital Regional havia 108 servidores comissionados e sem qualificação profissional para trabalhar nos cargos que ocupavam. Ele disse que pretende substituir toda essa “mão de obra desqualificada”, por servidores técnicos.

Outro problema destacado por Hassegawa é em relação aos prestadores de serviços ao hospital. Segundo ele, 80% dos aparelhos de ar condicionado da unidade hospitalar estavam com problemas e a empresa contratada ainda na anterior gestão não dava a devida manutenção. Outra a ser criticada é a prestadora dos serviços de transporte para pacientes, em UTI móvel. Em um caso recente ele solicitou urgência para a remoção de um paciente, mas a empresa levou 5 horas para enviar a ambulância. Ele prometeu linha dura e quebra de contrato, se preciso for, com as empresas que não cumprirem os contratos firmados.

O novo secretário também afirmou que pretende criar mecanismos para contratar médicos especialistas para atuarem na cidade, segundo ele a falta de interesse dos profissionais de virem para cá está ligada à baixa remuneração. Uma das saídas seria permitir que os médicos tenham dois contratos de prestação de serviço para chegarem ao limite de R$ 38 mil por mês, “o que é um bom salário”, considera ele. Hassegawa foi enfático em dizer que o orçamento de Vilhena permite que a população tenha uma saúde pública de qualidade, “basta uma gestão séria e comprometido”.

O SAAE

Maciel Albino Wobeto, diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), disse que atuará à frente da autarquia com o perfil de “Sargentão”, cobrando dos servidores a excelência na prestação de serviços à comunidade.

Wobeto voltou a lembrar um “velho” problema da autarquia, a inadimplência do consumidor. Hoje, 50% dos contribuintes não pagam suas constas de água, afirma o SAAE. O diretor também frisou que a tarifa de lixo praticada não cobre os custos que a autarquia tem com os resíduos, ele comentou que é preciso tirar dinheiro da tarifa de água para manter em dia a coleta na cidade.

Criticou: Maciel Wobeto fez críticas às intervenções políticas ocorridas em 2017 quando o então diretor do SAAE, através de estudos técnicos, tentou aprovar na Câmara uma nova tarifa para a conta de água. “Os valores apresentados naquela ocasião eram para suprir as necessidades do SAAE, e a decisão política, também da prefeitura, tomada [na época] gerou prejuízos. Hoje trabalhamos com um déficit de 100 mil por mês”. Alguns setores do SAAE, como falta de encanadores e operadores de retroescavadeira, deverão se supridos com a abertura de um concurso público, destacou Wobeto.

Sobre os projetos de implantação do sistema de esgotamento sanitário e a adequação do sistema de água do PAC-2, do Governo Federal, ambos estimados em cerca de R$150 milhões, que estavam parados, estão passando por adequações. O diretor afirmou que tem como meta destravar os dois projetos já nas próximas semanas.

Educação e Cultura

Clesio Cássio Almeida Costa, secretário de Educação, quer a implantação do sistema de descentralização de recursos para as escolas. Ele destacou que já existe um projeto sendo analisado e a descentralização daria mais autonomia às instituições educacionais, para reparos estruturais, sem a longa espera de processos licitatórios.

Ele pregou valorização e qualificação dos servidores públicos, melhorias nas estruturas das escolas e a implantação de gratificações aos professores.

Kátia Valleria, da Fundação Cultural, disse que pretende trabalhar na elaboração de planos para fomentar a cultura no município, com ênfase na utilização da biblioteca municipal a partir de projetos literários, e a criação do espaço memorial, dedicado inteiramente à história do município.

“Temos diversos documentos históricos, fotográficas, projetos que foram feitos no passado e nós queremos fazer com que esse memorial seja aberto, para que as pessoas conheçam a nossa história”, pontuou Valleria.

Num tom crítico, ela disse que a Fundação sempre foi “uma prestadora de serviços” para outras secretarias e entidades, fazendo menção às instalações de tendas, trabalho quase que exclusivo, que era desenvolvido por ex-diretores, fossem para eventos públicos ou privados. “Éramos uma agência de empréstimo de tendas para eventos”, ironizou Kátia Valleria.

Esporte

Silmar de Freitas Neto, secretário de Esportes, disse que pretende levar o projeto Bom de Bola Bom na Escola aos bairros periféricos. “Não podemos pretender que uma mãe saía do Cristo Rei para levar seu filho até o Estádio Municipal, a distância é grande, e temos como projeto criar as extensões da escolinha nos bairros”. Ele reforçou declarações já dadas, que pretende fomentar outras práticas esportivas na cidade, para isso, quer desenvolver ações junto à [secretária de] Educação, nas escolas.

Na Obras

Carlos Schramm de Souza, da secretaria de Obras, disse que a pasta enfrenta deficiências de mão de obra, mas que já deu início à ações para suprir essas necessidades e equipar a secretaria com novos maquinários.