Começa fase de debates entre acusação e defesa dos réus de jovem morta em ‘teste de fidelidade’

Julgamento teve início na manhã de quarta-feira (22).

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O júri dos réus acusados pela morte da adolescente Jéssica Moreira Hernandes, de 17 anos, entrou na fase de debates entre acusação e defesa de Diego Sá Parente e Ismael José da Silva na tarde desta quinta-feira (23), no Fórum Dr. Sobral Pinto, em Cerejeiras (RO). Em rápida entrevista à Rede Amazônica, Ismael alegou ser inocente.

Já Diego, primo dele, continua alegando que somente ajudou na ocultação do corpo, mas que não matou a jovem. Jéssica foi assassinada em abril de 2017 em um suposto “teste de fidelidade”.

Seis homens e uma mulher formam o corpo do júri, então presidido pelo juiz Bruno Magalhães Ribeiro dos Santos. O segundo dia de julgamento começou às 9h25. A expectativa é que o julgamento seja finalizado ainda nesta quinta.

Durante essa etapa, que começou logo após o recesso para o almoço, o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) pediu a condenação de ambos os réus pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver. Em homicídio, o órgão solicita quatro qualificadoras: motivo torpe, feminicídio, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e meio cruel.

O motivo é que o MP-RO concorda com a versão concluída pela Polícia Civil durante as investigações, onde apontam que Ismael cometeu o crime e Diego auxiliou o primo. Além disso, diz que ambos ocultaram o corpo da jovem. Ainda segundo o órgão, Diego teria atraído Jéssica para a casa de Ismael com a desculpa de que mostraria à vítima provas de que o primo, seu então namorado, a traia.

Durante a manhã, Diego foi interrogado por mais de três horas e chegou a se emocionar. O réu a todo momento reiterou que foi Ismael quem matou a namorada e ele apenas ajudou a ocultar o corpo. O júri seguiu até o começo da tarde, onde ocorreu uma pausa para o almoço.

Corpo de jurados

O caso de feminicídio é julgado por seis homens e uma mulher. O julgamento é presidido pelo juiz Bruno Magalhães Ribeiro dos Santos.

Cronologia do 1° dia de júri

Júri começou às 9h da manhã, com sorteio de júri.

Primeiro depoimento foi de uma investigadora da Civil, às 10h30.

Testemunha seguiu falando até por volta de 13h. Outro policial foi dispensado.

11 pessoas foram ouvidas, sendo elas oito testemunhas e três informantes – pessoas que têm alguma ligação com os réus e com a vítima.

Ismael é ouvido durante a noite pelos jurados.

O júri seguiu até 23h em Cerejeiras.

Como Jéssica foi morta?

Jéssica foi a assassinada com golpes de faca após um suposto teste de fidelidade. A garota foi encontrada morta no dia 24 do mesmo mês, na Linha 4, zona rural de Cerejeiras. A vítima tinha apenas 17 anos.

O que alegam os réus?

Diego alega que o primo, Ismael, era um namorado extremamente ciumento e estava desconfiado da infidelidade de Jéssica. Por conta disso, o chamou para fazerem um teste de fidelidade com a garota.

Diego disse que foi ameaçado por Ismael para ajudar a esconder o corpo da garota. Porém, a defesa apresentou provas no julgamento, em 2017, que Ismael estava no trabalho no horário do crime, e o réu foi absolvido.

Após ser liberado, o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) entrou com recurso e a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça foi unânime em determinar que Ismael também fosse julgado pelo júri popular.

FONTE: Com informações do G1/Vilhena