8 crianças morrem em ataque de Israel a Gaza; prédio de TV colapsa

O Exército israelense declarou que equipamentos militares do Hamas estavam na torre atingida por seus caças.

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Dez pessoas de uma mesma família palestina, incluindo oito crianças, foram mortas neste sábado (15) em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza, informaram fontes médicas.

Além disso, um prédio de 12 andares na Faixa de Gaza que abriga os escritórios da Associated Press (AP), dos Estados Unidos, e da emissora Al Jazeera, do Catar, desabou neste sábado, após ser atingido por mísseis israelenses, informaram as agências Reuters e France Presse.

Um jornalista palestino foi ferido no ataque, informou a mídia palestina, e destroços e estilhaços voaram a dezenas de metros de distância.

Jawad Mehdi, proprietário do edifício Jala, afirmou que um oficial da inteligência israelense o avisou antes do ataque que ele tinha uma hora para evacuar o prédio. Ele solicitou 10 minutos adicionais para os repórteres embalarem seus equipamentos, mas teve o pedido recusado, segundo a France Presse.

“Um ataque israelense destruiu o prédio que abrigava os escritórios da AP em Gaza”, disse Jon Gambrell, jornalista da agência de notícias, no Twitter. “O Exército avisou o proprietário do prédio onde fica o escritório da AP que o local seria alvo de um bombardeio”, escreveu pouco antes do ataque.

Outro jornalista da AP, que pediu para não ser identificado, disse que todos os funcionários estavam bem, mas em estado de choque.

O Exército israelense declarou que equipamentos militares do Hamas estavam na torre atingida por seus caças. “O prédio também abrigava escritórios de veículos de comunicação civis, atrás dos quais o grupo terrorista Hamas se esconde e que usa como escudos humanos”, acrescentou o Exército, alegando ter alertado os civis antes do ataque e “ter lhes dado tempo suficiente”.

A rede de televisão Al Jazeera confirmou no Twitter que seus escritórios ficavam no prédio e transmitiu ao vivo as imagens da torre desabando e sendo reduzida a uma montanha de escombros. O edifício também tinha vários apartamentos e outros escritórios.

“É claro que foi decidido não apenas causar destruição e mortes, mas também silenciar aqueles que são testemunhas”, reagiu à AFP Walid al-Omari, chefe do escritório da Al Jazeera em Israel e nos Territórios Palestinos.

“Continuaremos nossa cobertura de notícias apesar da destruição (…) Voltaremos ao ar com novos equipamentos”, garantiu Safwat al-Kahlout, correspondente do canal em Gaza.

A agência de notícias americana AP declarou estar “chocada e horrorizada” com o ataque israelense. “Este é um acontecimento incrivelmente perturbador. Nós evitamos por pouco uma terrível perda de vidas”, disse o chefe da agência, Gary Pruitt, em um comunicado. “O mundo ficará menos informado sobre o que está acontecendo em Gaza por causa do que aconteceu hoje”, acrescentou.

O governo dos EUA informou que disse a Israel para garantir a segurança dos jornalistas. “Comunicamos diretamente aos israelenses que garantir a segurança dos jornalistas e da mídia independente é uma responsabilidade primordial”, tuitou a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.