Entregadores de app da cidade de Vilhena que utilizam moto e bicicleta durante o trabalho fizeram uma manifestação na manhã desta terça-feira, 19 de janeiro, em frente à Prefeitura Municipal e na Câmara de Vereadores, em protesto contra a redução do horário de trabalho em tempos de pandemia da covid-19.
Eles alegam que o maior fluxo de entregas acontece no período da noite, especialmente entre às 20h e à 0h. Porém, o decreto do governo do estado que estabelece normas sobre o combate à pandemia do coronavírus em Rondônia foi acatado na íntegra pelo município de Vilhena, e os entregadores estão impedidos de realizar serviços de entrega de mercadorias (delivery) depois das 20h. Donos de estabelecimentos que processam alimentos e usam os serviços de entrega de mercadorias também participaram do protesto.
O decreto vale de 17 a 27 de janeiro de 2021, e pode ser prorrogado.
O grupo de mais de 30 pessoas formado por trabalhadores autônomos e comerciantes, fez um ato pacífico em frente ao paço municipal e depois seguiu para a Câmara de Vereadores.
Na Câmara, os manifestantes foram recebidos pelos vereadores Dhonatan Pagani (PSDB), Samir Ali (Podemos), Wilson Tabalipa (PV) e Ademir Alves (DEM).
As autoridades municipais falaram que foi redigido um requerimento que será entregue ao prefeito Eduardo Japonês (PV). O documento pede que o horário de trabalho para os entregadores seja estendido até a meia noite. Uma reunião entre o prefeito e vereadores, com representantes dos entregadores delivery, deve acontecer ainda esta terça-feira. A decisão final depende do aval do Comitê Gestor Municipal de Combate à Covid-19.
Ao Vilhena Notícias, o vereador Dhonatan Pagani lembrou que durante a “1ª onda” da covid-19, em Vilhena, os entregadores de app trabalharam normalmente, seguindo os protocolos de segurança e as orientações dos órgãos de saúde para prevenir o avanço da pandemia. Assista a entrevista concedida pelo parlamentar ao Vilhena Notícias e à equipe do SBT.
O vereador apontou que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que estados e municípios podem tomar as medidas que acharem necessárias para combater o novo coronavírus, como isolamento social, fechamento do comércio e outras restrições, e afirmou que a prefeitura tem autonomia para rever algumas medidas restritivas impostas pelo governo do estado. Como o caso do horário de trabalho dos entregadores. “É um ponto que pode e deve ser revisto”, finalizou Pagani.