O isolamento social foi determinado pelas autoridades de saúde como uma medida fundamental para diminuir a propagação do coronavírus. No entanto, uma das consequências da recomendação para que que as pessoas fiquem em casa tem sido o aumento dos casos de violência doméstica contra as mulheres.
Em Vilhena, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) registrou aumento de 30% nos casos de violência doméstica durante o período de isolamento social. São 227 ocorrências registradas apenas nos meses de março e abril de 2020. No ano passado, no mesmo período, foram 174 registros de violência contra mulher.
Um levantamento feito pela Câmara Municipal de Vereadores, com base nos dados da Deam, releva que 78 vítimas pediram medida protetiva. Os números são referentes ao período de março e abril de 2020 e representam alta de 32% em comparação com o mesmo período do ano passado – quando foram registrados 59 pedidos.
Pesquisas do Datasenado mostram que 21% das vítimas de violência doméstica não procuram ajuda. Os principais motivos relatados são a preocupação com as crianças, o medo da vingança do agressor, a crença de que o episódio seria o último, a descrenças nas consequências legais, a vergonha e o medo da separação. As informações são da Agência Senado.
Veja como denunciar violência doméstica
Casos de violência doméstica podem ser denunciados em diferentes canais, como delegacias de polícia, disque-denúncia, promotorias e defensoria pública.
Disque (180) – O disque-denúncia foi criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central são encaminhados ao Ministério Público.
Disque (100) – O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos pois atende também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante. O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.
Deam (69) 3322-5851 – Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, é uma unidade especializadas da Polícia Civil para atendimento às mulheres em situação de violência. Realizar ações de prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal. Medidas protetivas de urgência solicitadas pela Deam a pedido da vítima, são encaminhadas ao juiz no prazo máximo de 48 horas.
Polícia Militar (190) – A vítima ou a testemunha pode procurar uma delegacia comum, onde deve ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190. Nesse caso, vai uma viatura da Polícia Militar até o local. Havendo flagrante da ameaça ou agressão, o homem é levado à delegacia, registra-se a ocorrência, ouve-se a vítima e as testemunhas.
