Poda de árvores em Vilhena gera reclamações e divide opiniões; entenda

Engenheiro Gutemberg Torquato classificou a ação como “extermínio” dos vegetais.

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Foto: Renato Spagnol

Em meados do mês passado a Prefeitura de Vilhena, por meio das Secretarias de Meio Ambiente e Obras, deu início à podadura de árvores nas principais ruas e avenidas da cidade, o que tem dividido a opinião de vilhenenses. Segundo a Prefeitura, a ação “visa cortar galhos rachados ou que correm risco de cair pela ação das tempestades que ainda estão previstas” para este período chuvoso.

A mais recente discussão sobre as podas aconteceu na nesta terça-feira (19), quando internautas do Vilhena Notícias fotografaram servidores da Obras promovendo cortes em diversas árvores da espécie sibipiruna que ‘decoram’ trechos da avenida Tancredo Neves, no bairro Jardim Eldorado. Imagens da ação foram divulgadas em um grupo do WhatsApp e gerou discussões.

Podadura ocorreu na manhã de terça-feira e dividiu opiniões. (Foto: Renato Spagnol)

Um dos mais críticos é o engenheiro eletricista Gutemberg Torquato, 34 anos. Ele classificou a ação como um “extermínio” dos vegetais. Ele argumenta que os cortes feitos nas árvores não foram apenas podas. “Se fosse apenas poda não seria feita nos troncos e galhos com diâmetros tão grandes, poda é retirar galhos com ramos secos e folhas secas em geral nas copas”. Para ele não se pode promover o corte indiscriminado das árvores com o argumento que compromete a iluminação pública. “Resolvemos um problema (iluminação pública) causando outro (meio ambiente)”, frisa Torquato.

Já a personal bronze Lauryanne Batista, 20 anos, diz ser favorável à podadura apenas em pontos onde as árvores prejudicavam a eficácia da iluminação pública. Ela pontua ainda que a cidade carece de projetos que priorizaram o equilíbrio entre o urbano e a natureza.

 

O que diz a Prefeitura

“A poda é importante, mas deve ser feita da forma correta. A Semma faz a instrução da poda com relatório de orientações para que as árvores não morram com cortes errôneos e também para que o desbaste [poda] seja eficiente para os fins de que pretendemos, que são garantir, de fato, a segurança dos pedestres e veículos, bem como desobstruir o campo de visão”.

Em relação à podadura da espécie sibipiruna, a secretária do Meio Ambiente, Marcela Rodrigues de Almeida, esclareceu que os galhos mais baixos poderiam oferecer risco de cair sobre pessoas que usam a ciclopista do canteiro central da avenida e ainda que eles obstruíam a visão de motoristas, principalmente no trecho próximo ao cruzamento com rodovia federal BR-174. Ela declarou ainda que “a Secretaria de Obras promove a poda apenas com a autorização da Secretaria de Meio Ambiente e essa autorização só é dada depois que técnicos vão até os locais e analisam se há ou não a necessidade do desbaste do arvoredo”.

Secretária do Meio Ambiente, Marcela Rodrigues de Almeida. (Foto: Renato Spagnol)

A Prefeitura alega a falta de planejamento no plantio no passado, em especial em relação a algumas espécies de árvores como o ficus “responsável por danificar o calçamento ou asfalto, se infiltrar na rede de encanamentos de água, entupir galerias pluviais com suas raízes longas e, até mesmo, ser hospedeira dos tisanópteros, pequenos insetos que causam irritações na pele e nos olhos”. A atual administração promoveu a retirada de três árvores desta espécie na avenida Paraná. Elas serão substituídas por outras.

Ainda segundo a Prefeitura, “desde 1999 gestores vinham sendo alertados por especialistas sobre o problema, mas a situação nunca foi corrigida”.