Maziero se emociona durante coletiva e alega perseguição política

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Parlamentar se emocionou ao falar de ataques que vem recebendo. (Foto: Renato Spagnol)

“Estou sendo vítima de perseguição política desde que entrei na Câmara de Vereadores”, declarou com choro Rafael Maziero (PSDB) ao abrir, ao lado dos pais, a coletiva de imprensa convocada por sua assessoria nesta manhã de segunda-feira (22). O encontro aconteceu no restaurante da família no bairro Jardim América, em Vilhena.

O vereador convocou o encontro com jornalistas para esclarecer o processo de licitação vencido pelo restaurante da família para a venda de 400 marmitex ao custo de R$ 11 reais cada, à Secretaria de Agricultura do município. A decisão de trazer a notícia à tona se deu em face de intimidações de opositores políticos que ameaçam empantanar o nome do parlamentar, alegando uma possível interferência do político no processo.

Segundo Maziero, o processo de contratação emergencial se deu pelo critério de menor preço: “Outros dois restaurantes apresentaram propostas de R$ 12,50 e 12. Já o restaurante dos meus pais apresentou o valor de R$ 11, o que foi a melhor proposta”, pontuou Rafael Maziero, que garante não ter ocorrido nenhuma ilegalidade.

Embora alegue não ter ocorrido ilegalidade, o vereador disse que pediu o cancelamento do contrato de fornecimento à prefeitura ainda em meados de setembro, assim que soube que o restaurante dos pais havia vencido a licitação para o fornecimento da comida. “Depois que assumi o cargo de vereador me afastei da administração da empresa e apareço no restaurante apenas para almoçar, e, foi durante um desses almoços que fiquei sabendo que a empresa estava fornecendo essas marmitas. Imediatamente procurei a prefeitura e protocolei o pedido para encerrar o contrato, reafirmo que não havia nada de ilegal e minha decisão foi no sentido de não dar margem para que adversários [inescrupulosos] usassem esse contrato e a empresa da minha família para me atacar”, disse Maziero, que completou, “isso era esperado de mim, uma conduta moral e exemplar”.

Até que o pedido para cessar o contrato fosse apresentado o restaurante já tinha fornecido 100 marmitas, 25% do total acordado. O valor de R$ 1.100,00 referente à entrega Maziero disse que pediu para a prefeitura destina-lo como forma de doação ao Lar Maria Tereza Dalamarta. “Fiz esse pedido, mas caso haja algum empecilho burocrático que obrigue a prefeitura a pagar diretamente o comércio fornecedor meus pais irão fazer a doação ao lar”.

Ataque contra sua postura

Para Maziero sua postura de isenção (como coloca ele) frente à Câmara tem incomodado pessoas do meio político. Ele admitiu que ainda não tem nomes, mas que pretende apurar quem teria lançado boatos de uma possível interferência sua como legislador para que a empresa da família vencesse a licitação.

Rafael denunciou ter recebido ameaças para que mudasse seu voto na CPI que investigou o vereador afastado Célio Batista (PP): “tentaram usar esse contrato da empresa para que eu mudasse meu voto na CPI contra o Célio, mas não me intimidei e meu relatório foi pela condenação, que não aconteceu por escolha de outros parlamentares”.

Durante a votação nominal, Célio Batista que era acusado de corrupção, improbidade e quebra de decoro parlamentar, acabou absolvido já que para condená-lo era necessário que 2/3 da Casa votasse pela cassação e isso não foi alcançado. Mesmo sendo voto vencido, Maziero votou pela cassação por improbidade.

Sobre seu voto pela absolvição quanto à acusação de corrupção, Rafael Maziero declarou que não encontrou provas concretas que incriminassem o vereador investigado. Ele alegou ainda que o voto do vereador Carlos Suchi (Podemos), membro da CPI, foi um voto pessoal, mas não referendado de maneira documental. “Não existia nada que comprovasse que o Célio praticou corrupção, o voto do Suchi foi pessoal, por convicção que o Célio será condenado pela Justiça criminal onde é réu, mas eu sou um advogado e preciso votar não por convicção e sim de maneira técnica”, frisou Maziero.

Se emocionou

Acompanhado dos pais, Rafael se emocionou e chorou ao falar que a família está há 30 anos atuando no mercado vilhenense: “a gente trabalha e nunca precisamos do poder público, agora tentam usar isso para me desmoralizar”, exclamou.

Ouça trecho da coletiva.