Homem que matou ex-mulher em frente à filha é condenado a 26 anos de prisão

Crime ocorreu em Chupinguaia, em 2018. Cabe recurso da decisão.

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Luan Wudarski do Nascimento. (Foto: Reprodução/Rede social)

A Justiça condenou a 26 anos e 8 meses de prisão o homem acusado de asfixiar a ex-mulher até à morte e depois cortar o pescoço dela em Chupinguaia em julho de 2018. Luan Wudarski do Nascimento, de 23 anos, foi condenado pelo Tribunal do Júri realizado esta terça-feira (8), no Fórum Desembargador Leal Fagundes, em Vilhena.

Luan Nascimento está preso na cadeia pública de Rondonópolis, no Mato Grosso, e não quis acompanhar o julgamento. Ele recebeu dos jurados quase a pena máxima pelo crime de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e feminicídio) contra a ex-mulher, Anna Karolyne dos Santos, de 19 anos. Os jurados “reconheceram, ainda, a causa de aumento de pena de crime cometido na presença da filha do casal”.

A defesa explicou que o réu optou por não acompanhar a sessão por medo de represálias da família da vítima e, confirmou ainda, que irá recorrer da decisão.

Entenda o caso

Um homem, de 50 anos, chamou a PM na madrugada do dia 8 de julho de 2018. Ele contou aos militares que o filho, Luan Wudarski do Nascimento, chegou na casa dele pedindo para que cuidasse da filha, pois havia matado a mãe da criança. Em seguida, Luan fugiu em uma motocicleta.

O pai disse não ter acreditado que Luan pudesse ter matado Anna. Mesmo assim, o homem acionou a PM e foi com os militares até o endereço da mulher. Ela já estava morta e apresentava, aparentemente, duas perfurações no pescoço.

Depois das investigações, a Polícia Civil concluiu que Luan matou Anna por asfixia e depois tentou esquartejar o corpo, para escondê-lo.

“O médico legista encontrou sinais irrefutáveis de que Anna foi asfixiada por estrangulamento. O médico não conseguiu descobrir se as facadas foram aplicadas enquanto ele dava uma gravata nela ou depois que ela caiu. O que aparentava ser apenas dois cortes no pescoço, na verdade, foram sete, na mesma direção, e outros 5 cortes na junta do braço, em direção diferente”, explicou o delegado Núbio Lopes de Oliveira, em entrevista em agosto do ano passado.

O delegado salientou que Luan trabalhava em um frigorífico e os cortes lineares foram praticados na tentativa de mutilar o corpo.

Prisão

O acusado se entregou à polícia no município de Alto Garças (MT), em setembro de 2018, após a Polícia Civil divulgar a fotografia dele. O Judiciário havia decretado a prisão preventiva, mas Luan não tinha sido encontrado em Rondônia.

Luan foi encaminhado para a Cadeia Pública de Alto Garças. A 1ª Vara Criminal de Vilhena pediu a transferência do preso para a cidade. Contudo, a defesa alegou que o cliente corria riscos à integridade física, caso retornasse para Rondônia. Com isso, a 1ª Vara Criminal pediu ao Judiciário do MT que mantivesse Luan preso. De Alto Garças ele foi transferido para uma prisão em Rondonópolis, a 150 km de distância.