Empresa alvo de denúncia na polícia, nega irregularidades na venda de consórcios em Vilhena

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A autora da denúncia diz que fechou um contrato com a empresa e deu R$ 10 mil de lance sob a promessa que teria sua carta de crédito liberada em 72 horas. (Foto: Renato Spagnol)

Uma empresa de consórcios de Vilhena que virou notícia nesta quarta-feira, 29 de julho, suspeita de aplicar o “golpe da carta contemplada”, nega qualquer irregularidade em suas transações.

A JL Assessoria Financeira, que tem Jefferson Danilo Gomes Lourenção como representante legal na sede de Vilhena, foi alvo de denúncia de uma pessoa que procurou a Polícia Civil afirmando que a empresa vendia carta de crédito contemplada, que acabava não sendo entregue.

A autora da denúncia diz que fechou um contrato com a empresa e deu R$ 10 mil de lance sob a promessa que teria sua carta de crédito liberada em 72 horas. Isso não aconteceu, afirma a vítima. Ela diz que procurou a empresa e pediu a rescisão do contrato e a devolução do valor dado no lance, porém, a empresa negou restituir o dinheiro.

Em entrevista ao Vilhena Notícias, o gerente da JL, Jefferson Lourenção, negou qualquer irregularidade e garantiu que a empresa não vende cotas já contempladas de consórcio. “A empresa trabalha com consórcios de carros e imóveis e opera com lance embutido de 25 a 30% do valor da carta crédito pretendida pelo consorciado, porém, não há data fixada de contemplação, a lei não permite isso”, explica o gerente.

Lourenção detalha que as formas de contemplação no consórcio são; esperar pelo prazo final, ser sorteado ou oferecer um lance e, ainda, o chamado lance embutido que é uma das formas de se conseguir a contemplação antecipada no consórcio.

No lance embutido, a prática consiste em utilizar parte do valor do crédito buscado como lance. Ou seja, o participante oferece um lance não com o seu próprio dinheiro, mas com uma parte do crédito que ainda receberá, caso seja contemplado. Por exemplo, o cliente adere a um consórcio cujo crédito mais taxas tem o total de R$ 100 mil. Desse valor, R$ 20 mil será oferecido como lance embutido, restando um crédito de R$ 80 mil a ser recebido pelo consorciado. Assim, a pessoa contemplada não precisa desembolsar o dinheiro do lance, pois esse valor será retido do crédito total do plano, em caso de contemplação.

O gerente garante que tudo é explicado ao consociado e todas as regras do plano estão presentes no contrato de adesão. “Há clientes que por não conseguirem a contemplação de forma rápida, ficam insatisfeitos e buscam rescisão do contrato e isso é previsto, porém, há regras para isso”. Lourenção frisa que a Financeira tem sua matriz em São Paulo e está há dois anos atuando no mercado local.