Câmara de Vilhena recebe pedido de CPI para investigar dois vereadores

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Graebin e Cabeludo atualmente recebem salários sem trabalhar

O pedido para instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), sobre atos dos vereadores Vanderlei Amauri Graebin (PSC) e Marcos Cabeludo (PHS), foi apresentado na manhã desta segunda-feira (2) à Mesa Diretora da Câmara Municipal. O documento foi protocolado pelo eleitor Uéliton Silva, 31 anos. Ele aponta como motivos para abertura da CPI uma recente denúncia do Ministério Público de Rondônia contra os parlamentares.

O MP acusa Graebin e Cabeludo por conta da suposta prática de diversos crimes contra a Administração Pública em seis procedimentos licitatórios distintos, nos quais a Câmara dos Vereadores do Município de Vilhena contratou empresas para prestação de serviços técnicos de manutenção em equipamentos de informática, entre os anos de 2009 a 2016. Graebin e Cabeludo já eram vereadores no período.

O pedido de CPI deve ser lido na próxima sessão e votado. Se for aceito, será criada uma comissão composta por presidente, relator e membro, para apurar a conduta dos vereadores.

PONTO A PONTO

Eleito em 2016, Graebin teve o mandato de vereador cassado em junho de 2017 por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara. A acusação foi por infração ético-disciplinar. No dia 24 de setembro de 2019 a 2ª Câmara Especial do TJ anulou o resultado da CPI.  O TJ concluiu que houve falhas no curso da CPI que tirou o mandato legislativo do edil.  O Tribunal diz que o “acusado não teve direito à ampla defesa e contraditório”. Com a decisão, Graebin reassumiu o mandato de vereador no dia 8 de outubro deste ano. Porém, pouco mais de duas semanas após reassumir uma cadeira na Câmara de Vereadores de Vilhena, Vanderlei Graebin foi afastado novamente. A decisão veio da 1ª Vara Criminal de Vilhena e assinada pela Juíza Liliane Pegoraro Bilharva. Atualmente ele recebe salário de R$ 8.000.00 (bruto) mensal, sem trabalhar.

O caso é semelhante ao de Marcos Cabeludo. Ele, que também é investigado, tomou posse como vereador em meados de 2018, após a Câmara cassar o mandato do então vereador Carmozino Alves. Cabeludo era suplente dele. Desde que tomou posse, ele jamais pisou os pés na Câmara por proibição da Justiça por ser investigado no esquema de propinas para aprovar loteamentos imobiliários na cidade, no entanto, recebe dos cofres públicos a “bagatela” de R$ 8.000.00 (bruto) mensal, sem trabalhar.