Um comerciante de 46 anos pode ser processado por denunciação caluniosa contra uma professora da rede estadual de ensino a quem ele acusou formalmente na Polícia Civil, de furto. Neste último final de semana, após quatro meses de namoro, ele e a educadora tiveram uma discussão e decidiram pôr um ponto final na relação.
O homem alegou à polícia que pediu de volta o anel de compromisso dado à ex-namorada, mas ela teria se negado a devolver por ter sido um presente. A acusação contra a educadora ganhou notoriedade nesta quarta-feira (23) após ser noticiada pela imprensa e, mesmo sem ter a identidade revelada, a mulher foi achincalhada nas redes sociais. Em um dos comentários mais ásperos um advogado usou palavras de baixo calão para se referir à professora, de 29 anos.
- Veja mais:
TRIBUNAL DO FACEBOOK: a terra sem lei das opiniões que julga, absolve e condena por si mesma
Constrangida com a situação a mulher, orientada por um advogado, esteve na Unisp e entregou a joia. Em entrevista ao Vilhena Notícias nesta quarta-feira ela diz que sequer foi procurada pela imprensa para ter direito de resposta. A mulher alega que jamais praticou furto e que pretende provar na Justiça que foi vítima de denunciação caluniosa.
“A aliança foi dada de presente para mim no dia 12 de Setembro”, revelou a professora. Ela nega ter tirado a joia da casa do ex, como ele alegou na polícia, e afirma que manteve o anel no dedo desde o dia em que foi presenteada. “Tenho fotos que mostram a aliança no meu dedo quando estávamos juntos”, acrescenta.
“Em nenhum momento ele me pediu a aliança cordialmente foi logo na delegacia me acusar em silêncio. Soube por um policial na madrugada de segunda-feira [21] que ele a queria de volta”, declarou.
Ela registrou na Polícia Civil uma queixa por denunciação caluniosa contra o ex. Uma ação por danos morais contra o empresário não é descartada pela mulher.
INSULTOS NA WEB
Sobre comentários maldosos de internautas ela citou uma celebre frase do professor e historiador brasileiro Leandro Karnal: “Não bata tambor para maluco dançar”.
“As pessoas estão cada vez mais críticas e espalham seus delírios sem menor responsabilidade e empatia. Quanto mais você tenta rebater um comentário ou argumentar com a pessoa, pior fica e mais audiência ruim é atraída”, concluiu a docente.
