Após água baixar área de parquinho vira lamaçal; espaço alagado aumenta o risco de transmissão da leptospirose

A Resecom foi procurada, mas não quis comentar o assunto. A construtora é responsável pela obra, segundo a prefeitura.

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Foto: Renato Spagnol

Três dias depois de ter ficado completamente alagado, o parque infantil instalado no Residencial Maria Moura virou um lamaçal.Por ser o único espaço de lazer do bairro, as crianças permanecem usando os brinquedos e correm risco de contrair doenças.

“Eu já tentei fazer as crianças saírem dali. É perigoso elas pegarem uma doença, mas o que a gente pode fazer, se não brincarem no parquinho vão pra rua”, questiona a senhora Marta Ferreira da Silva, moradora do residencial.

Um morador registrou fotos no último final de semana para mostrar a situação do parque infantil

Uma das principais preocupações da moradora é com a leptospirose, uma bactéria presente na urina de diferentes espécies de ratos. A doença gera sequelas importantes, que vão desde uma insuficiência renal a hemorragias pulmonares, gastrointestinais e cerebrais. Em 40% dos casos ela pode levar à morte. A doença pode ser adquirida pelo contato com a água contaminada pela urina do animal.

Os brinquedos do parque ficam em um espaço fechado por uma mureta de concreto. A obra foi feita sem dreno para vazão da água. A forte chuva que caiu no último sábado (11/01) transformou o espaço em uma “piscina”. A prefeitura de Vilhena foi procurada para se posicionar sobre o caso e informou que, de acordo com a Secretaria de Assistência Social, “a obra está no período de garantia” e que o “o setor de habitação da Semas recebeu fotos [do local] e já as enviou para a Caixa Econômica em Porto Velho, que é quem deve acionar a construtora para sanar esse problema”.

Nesta terça-feira o Vilhena Notícias procurou a Resecom, empresa responsável pela obra, mas ela não quis se manifestar sobre o caso.

POLÊMICA

Após o Vilhena Notícias expor o problema, centenas de internautas usaram as redes sociais para criticar a cobrança dos moradores do Maria Moura. A internauta Sônia Maria escreveu: “Não tinham onde morar agora coloca defeito em tudo e em todos, era só trabalhar e comprar em condomínio fechado”.

Sol Ribeiro disse que “esse povo que vive reclamando deveria morar um tempo no Nordeste, quem sabe, depois de passar um pouco de sede, param de reclamar”.

Na contramão dos comentários negativos, Gilmar Alves reforçou que o local foi construído com dinheiro público e o erro precisa ser corrigido: “muito bem filmado e divulgado, porque isso foi dinheiro público. E essas casas não são dadas como dizem por aí, o morador tem que pagar parcelado, mas tem que pagar se não pagar é despejado. Tem que cobra mesmo”. O comentário dele vai de encontro ao de Noemi Bezerra da Silva, moradora do bairro 5º BEC.

Ao comentar a situação ela disse: “brinquei muito em lama na rua, mas no caso aí é necessário fazer alguma correção na obra para o escoamento da água. E também a areia atrai muitos gatos e cachorros, o que concentra xixi [urina] e cocô [fezes] podendo causar doenças”.

O problema também foi denunciado pelo jornalista Mauro Fonseca. Em uma transmissão ao vivo nesta terça-feira ele ouviu outra reclamação de moradores. A falta de água. (Veja vídeo)