AMAVI: Associação de pais e amigos de autistas promove ciclo de palestras em Vilhena; “Precisamos falar sobre Autismo”

Falta de políticas públicas ainda é uma grande barreira no tratamento

3139

A cidade de Vilhena recebe no próximo dia 23 de novembro o 1º Ciclo de Palestras da Amavi (Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Vilhena). O evento que contará com quatro palestrantes da cidade de Porto Velho, acontecerá das 14 às 18h00 no auditório do Sicoob. O valor da entrada para participar do circuito de palestras é um quilo de alimento não perecível, que será revertido para entidades filantrópicas do município.

Karina Andrade, mãe de duas crianças autistas (6 e 9 anos)  e presidente da Amavi, entidade que hoje conta com cerca de quarenta famílias participantes (pais e mães de crianças autistas em Vilhena), visitou a redação e falou um pouco sobre o dia de palestras e também sobre as dificuldades enfrentadas pelo grupo de pessoas que cuidam de crianças autistas.

Segundo estudos apresentados pela presidente da Entidade, o número de crianças autistas é de 1 para 59, ou seja, nessa média, a cidade de Vilhena teria hoje, cerca de 1.600 com transtorno de desenvolvimento que prejudica a capacidade de se comunicar e interagir.
– “Alguns pais se sentem abandonados por não saberem a quem procurar. A associação é uma forma de trocarmos informações e nos orientarmos sobre o assunto, já que em Vilhena não temos tratamento especializado para o autismo, que por lei, já foi considerada uma deficiência e precisa muito de atenção de profissionais. Já realizamos o curso e palestras de introdução à ABA, agora chegou a vez do ciclo de palestras”, disse Karina.

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é classificado em três níveis; Leve, moderado e severo. Existe um chamado ‘tripé’ para o tratamento do transtorno, que apesar de não ter cura deve ser tratado adequadamente, quando diagnosticado precocemente e com tratamento adequado a criança pode alcançar ótima funcionalidade e melhorar significativamente suas limitações. Esse tripé é baseado em psicoterapia, fonoaudióloga e terapia ocupacional.
-“O autismo é genético, não há cura, mas há tratamento. O problema que vemos por aqui é a falta de incentivo público para o tratamento. Em Vilhena não há ainda médico especialista (neuropediatra ou psiquiatra infantil) pelo SUS e os pais aguardam muito tempo por esse atendimento que existe somente em Porto Velho ou têm que pagar um médico particular. Isso atrasa o tratamento e traz consequências para as crianças”, declarou a presidente.

Como forma de conscientização e informação de qualidade a respeito do assunto, a Amavi proporciona no próximo dia 23 de novembro a 1º Ciclo de Palestras.

-” Nosso público alvo é uma gama de pessoas. Seja elas dos três poderes públicos, que podem enxergar a necessidade de políticas públicas voltada para esse público, devido à escassez ou a quase nulidade delas, familiares de autistas é claro e pessoas envolvidas com a saúde e educação do município, seja elas já atuantes ou ainda acadêmicos”, argumentou.

Esteve também na redação a psicóloga vilhenense Miliane Sampaio, apoiadora incondicional do projeto.

Para participar do evento, basta acessar o link abaixo e se inscrever. Karina informa que o número máximo de participantes é de 200 pessoas. O evento acontecerá no Auditório do Sicoob (Capitão Castro – 3112 – Centro).

LINK DE ACESSO PARA INSCRIÇÃO!!!!

A Amavi Entidade formada no mês de maio de 2019, conta com um grupo de WhatsApp, administrado pela própria presidente, onde os pais podem extrair informações valiosas. Para participar do grupo é necessário entrar em contato através do telefone: 9 9354 – 3335.

OS PALESTRANTES SÃO:
Dr. Flávio Henrique Melo (Juiz de direito)
Legislação e inclusão (Lei Berenice Piana, sobre os direitos dos pais e crianças com autismo)
Janaina Sampaio (Psicóloga)
A importância da afetividade no processo de ensino e aprendizagem do aluno com TEA
Silvia Thomas (Psicopedagoga)
Adaptação curricular: ferramenta indispensável na inclusão escolar
Gabriele Even Santos Rocha (Fonoaudióloga)
Os diferentes aspectos da comunicação da pessoa com TEA