Joaquim José da Silva Xavier: Tiradentes

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Joaquim José da Silva Xavier nasceu na Fazenda do Pombal, entre São José del-Rei (atual Tiradentes) e São João del-Rei, em 1746. Filho do português Domingos da Silva dos Santos e de Antônia da Encarnação Xavier Brasileira, perdeu a mãe aos nove e o pai aos onze anos. Seu padrinho, que era cirurgião, o acolheu ensinando-lhe noções práticas de medicina e odontologia, de onde lhe adveio o apelido de Tiradentes.

Morreu solteiro, mas consta que manteve relações com uma viúva, moradora nos arredores de Vila Rica, com a qual teve uma filha de nome Joaquina. Tiradentes também manteve relações com uma mulata das quais nasceu seu segundo filho, João.

O dragão

Mesmo sem ter feito estudos regulares, Joaquim adquiriu razoável soma de conhecimentos. Com pouco mais de 30 anos, sentou praça no Regimento dos Dragões de Minas Gerais, sendo nomeado pela rainha D. Maria I, em 1781, comandante de patrulha do Caminho Novo, estrada na qual eram transportados para o Rio de Janeiro o ouro e os diamantes extraídos na Capitania de Minas Gerais.

O ideal

Sonhador e idealista, Tiradentes se envolveu na Inconfidência Mineira. Em 1787, pediu licença de seu regimento e viajou para o Rio de Janeiro, onde conheceu José Álvares Maciel, recém-chegado da Europa com novas idéias políticas e filosóficas.

– De volta a Vila Rica, em 1788, passou a divulgar publicamente os ideais do movimento, intensificando sua articulação.

O governador de Minas Gerais, Visconde de Barbacena, resolveu lançar a derrama, nome que se dava à cobrança dos impostos. Por isso, os conspiradores combinaram que a revolução deveria irromper no dia em que fossem cobrados esses impostos. Desse modo, o descontentamento do povo, provocado pela derrama, tornaria vitorioso o movimento.

A conjuração começou a ser preparada. Militares, escritores de renome, poetas famosos, magistrados e sacerdotes tomaram parte nos planos de rebelião.

Os conspiradores pretendiam proclamar uma república, com a abolição imediata da escravatura, procedendo à construção de uma universidade, ao desenvolvimento da educação para o povo, além de outras reformas sociais de interesse para a coletividade.

A traição

Denunciada a conspiração por Joaquim Silvério dos Reis, em 1789, Tiradentes foi preso no Rio de Janeiro, permanecendo incomunicável numa masmorra escura por quase três anos. Durante o processo de investigação, denominado Devassa, foi ouvido quatro vezes e confrontado com seus denunciadores e co-réus.
– A princípio negou tudo, mas diante de outros depoimentos assumiu a responsabilidade do levante, inocentando os demais conspiradores.

O sacrifício

Sua sentença de morte foi lida a 18 de abril de 1792 e, três dias depois, numa manhã de sábado o mártir foi executado em forca erguida no campo da Lampadosa (hoje Praça Tiradentes), no Rio de Janeiro. Além de enforcado, Tiradentes foi decapitado e esquartejado, sua cabeça exposta em Vila Rica, e os outros quatro quintos de seu corpo dependurados em postes ao longo do Caminho Novo, que ele tantas vezes percorreu. Seus bens foram confiscados e sua memória declarada infame.

A história, a justiça

Mesmo após a independência do Brasil, em 1822, Tiradentes não seria reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira. Somente em 1867 é que se ergueu em Ouro Preto um monumento em sua memória, por iniciativa do presidente da província Joaquim Saldanha Marinho. Mais tarde, no período republicano, o dia 21 de abril se tornou feriado nacional, e, pela lei 4.867, de 9 de dezembro de 1965, Tiradentes foi proclamado patrono cívico da nação brasileira.

A Inconfidência Mineira 

O movimento mineiro foi o primeiro a realmente manifestar com clareza a intenção da colônia de romper suas relações com a metrópole. Outras rebeliões já haviam ocorrido na colônia que, no entanto, possuíam reivindicações parciais, locais, que nunca propuseram a Independência em relação a Portugal.

Libertas Qua sera Tamen

A frase escrita em latim, `Libertas Qua sera Tamen´, que estampa a bandeira mineira atualmente foi lema da Inconfidência, que traduzida para o português significa, `Liberdade ainda que tardia´. Baseados neste lema, Tiradentes e seus seguidores tentaram obter uma revolução, voltados a independência do Brasil, que só foi obtida em 1822, 30 anos depois da morte de Tiradentes.

 

 

FONTE: VILHENA NOTÍCIAS / Wikipedia