Colheita de algodão começa em Vilhena

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Começou em Vilhena a primeira colheita do algodão safrinha. O cultivo cada vez mais tem atraído produtores do Cone Sul que apostam na monocultura do algodão. Neste ano, a área plantada já ultrapassa os 4 mil hectares e a colheita deve seguir até o fim de agosto.  Paulo Roberto da Silva é gerente de uma fazenda onde a colheita começou. O algodão transgênico foi liberado para o plantio em Rondônia no final do ano passado.

Em entrevista, ele é categórico ao afirmar que a cultura veio pra ficar no estado. “Depois que nós colhemos a soja, conseguimos, em janeiro, plantar todo algodão nessa área. O algodão é uma cultura que está sendo rentável. Ele tá com bom preço de mercado”, afirma.

Segundo ele, parte da pluma e do caroço já foram vendidos antes mesmo de saírem da lavoura.

Na safra passada, o plantio da pluma ocupou apenas 113 hectares da fazenda onde Paulo gerencia. Neste ano já chega a 2 mil hectares e a expectativa é de mais aumento.

A animação do crescimento tem uma explicação: nas duas propriedades a produtividade deve ultrapassar as 300 arrobas por hectare.

“Nós já estamos providenciando a construção do algodoeiro e, a partir de setembro, a gente começa beneficiar todo algodão colhido”, diz Paulo.

Segundo os produtores, com o preço da arroba saindo a US$ 27 dólares, mesmo sendo uma cultura mais cara que o milho, o algodão ainda é mais rentável. A pluma colhida em Vilhena será exportada e o caroço será usado na ração de gado.

O algodão vai prevalecer?

Segundo Vicente Godino, pesquisador da Embrapa em Vilhena, o algodão em Vilhena deve se prevalecer apenas na chamada fase safrinha. Isto é, durante este período de estiagem.

“Se a gente for plantar ele em safra principal, a pressão de chuva é muito grande. A nossa região chove muito e isso. Isso diminuí a qualidade de fibra e dificulta alguns tratos culturais, principalmente doenças”, aponta.

Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que, em Rondônia, o plantio de algodão nesta safra ocupou uma área de 4,5 mil hectares, o que representa 26% da produção na Região Norte.

O estado rondoniense atrás apenas do Tocantins, que tem 7 mil hectares de área plantada e Roraima, atualmente com 10 mil hectares cultivados.

 

Fonte: G1