José Vitor de Oliveira da Silva de 21 anos, vulgo “Porto Velho”, preso pela Polícia Civil de Vilhena no início da noite de terça-feira, 15 de agosto, confessou em depoimento que atirou em Edson Juliano Corbilho Nunes, de 38 anos, proprietário do supermercado Supermais no dia 19 de julho deste ano, para tentar roubar o malote que estava nas mãos do empresário.
Leia: Dono do Supermais é baleado por assaltante
Nesta quarta-feira, 16, o delegado regional Dr. Fábio Campos, acompanhado do delegado Thiago Laiola que investiga o caso, convocou uma coletiva de imprensa para dar detalhes da apuração do crime.
Laiola pontou que a Polícia Civil deu início às investigações desde o dia em que o crime foi praticado: “Mesmo com uma equipe pequena nós trabalhamos dia e noite e em finais de semana para tentar elucidar não somente este crime, mas vários outros que foram praticados na cidade”.
O êxito na localização do suspeito começou já nas primeiras horas de terça, quando agentes do Setor de Investigação da Polícia Civil (SEVIC) apreenderam em uma casa no bairro Cristo Rei, as roupas usadas por José Vitor no dia do crime. Também foi localizado no imóvel o capacete e o par de tênis usados pelo suspeito, na ação.
Após a apreensão dos objetos a PC divulgou através da imprensa o nome e a foto do suspeito. Segundo Thiago Laiola, no final da tarde de ontem a delegacia recebeu uma ligação anônima informando que José Vitor estaria escondido na casa de uma tia no bairro Belém, popular “Belenzinho”, no Parque Industrial São Paulo. Agentes da PC foram ao endereço e lograram êxito na prisão José Vitor.
“Quando chegamos no imóvel a tia dele [José Vitor] gritou para tentar alertá-lo. Ele então correu para tentar pular o muro, mas já tinha um policial na espera e o prendeu”, disse Laiola.
O delegado ainda destacou que no depoimento o suspeito não entregou o seu comparsa na pratica do crime e disse que já estava se preparando para deixar a cidade. “Em momento nenhum o José Vitor entregou o nome do comparsa que o auxíliou na fuga”.
Planejamento do roubo
Na delegacia José Vitor disse que passou de duas a três semanas planejamento o assalto. O suspeito confirmou ao delegado que diariamente ia até a frente do supermercado para observar os horários e a pessoa que saía com o malote.
No dia do crime José Vitor disse que chegou na frente do Supermais e esperou por cerca de 15 minutos até a saída do empresário. “Ele diz que quando viu o empresário saindo com o malote, colocou o capacete e engatilhou a arma e foi em direção a ele, mas a vítima se negou a entregar a bolsa e foi então que José Vitor fez o primeiro disparo para o chão, mas ainda assim o empresário apresentou resistência. Vendo que a vítima não entregaria a bolsa, o suspeito atirou na coxa, e quando o empresário se virou de costas para correr ele fez o segundo disparo que atingiu a coluna”, narrou Thiago Laiola.
A vítima continua internada no Mato Grosso e pode ficar sem o movimento das pernas.
Segundo o delegado, o suspeito disse que após ver a vítima caída deu uma espécie de “branco” em sua cabeça e fugiu sem levar o dinheiro. Na fuga, José Vitor ainda deu mais dois disparos para o alto. Laiola ainda confirmou que a fuga do suspeito foi feita em uma moto e não em um Fiat Palio como fora cogitado e noticiado inicialmente. O veículo usado na fuga foi apreendido na semana passada e a arma do crime, um revólver de calibre 32 ainda não foi localizado.
Frieza
Ainda no depoimento prestado à Polícia Civil o suspeito disse que já matou, ainda quando era menor, seis pessoas a facadas, e que uma das vítimas ele teria cortado a garganta e arrancado o coração. “Ele disse que já matou seis com faca, porque gosta de ver o sangue escorrer”, comentou Laiola.
O delegado Dr. Fábio Campos disse que a polícia não confirmou se José Vitor é mesmo autor de seis mortes. Para a polícia o suspeito é extremamente “frio” ao narrar seus crimes, mas segundo Campos, os homicídios suspostamente praticados e contados de forma abstrata por José Vitor podem ser apenas na tentativa “de se vangloriar para obter algum “respeito” dentro do presídio”.
José Vitor já possui duas condenações e era considerado foragido da justiça pelo crime de roubo.
A Polícia Civil confirmou que José Vitor deverá ser indiciado pela prática de tentativa de latrocínio (tentativa de roubo seguido de homicídio tentado) e que o setor de investigação ainda trabalha para localizar o segundo envolvido no crime.
Leia ainda
Polícia Civil prende homem que atirou no empresário dono do Supermais em Vilhena
Polícia Civil identifica suspeito do roubo que deixou ferido dono do Supermais em Vilhena
Câmeras registram momento em que dono do Supermais é baleado em Vilhena; veja vídeos

Fábio Campos e Thiago Laiola em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 16 de agosto.

José Vitor de Oliveira da Silva de 21 anos, vulgo “Porto Velho” ao centro da foto.
FONTE: VILHENA NOTÍCIAS