O Hospital Regional de Vilhena realizou na manhã desta quarta-feira, 30 de agosto, a segunda captação de órgãos deste ano. Uma equipe de dois cirurgiões, uma técnica de enfermagem e um enfermeiro da Central Estadual de Transplantes de Porto Velho vieram para realizar a captação dos rins e córneas da paciente Terezinha de Jesus Souza, de 63 anos, diagnosticada com morte encefálica na noite de ontem, 29 de agosto.
A decisão da família de autorizar a doação, foi por uma vontade da própria Terezinha, que havia perdido a irmã 5 dias antes por problemas nos rins. “Ela já havia falado que se pudesse doaria o rim para a irmã, infelizmente ela faleceu 5 dias antes”, afirmou Leandro Souza, filho de Terezinha.
De acordo com Leandro, a mãe que estava aposentada foi recepcionista no Hospital Regional de Vilhena por 14 anos. “É bom saber que haverá uma parte viva dela em algum lugar. Espero que quem receba possa ter consciência de ajudar quando tiver oportunidade, pois vai ter parte de uma pessoa que trabalhou a vida inteira para ajudar aos outros”, disse emocionado.
Os órgãos de Terezinha irão para São Paulo, onde uma pessoa que aguarda na fila de espera e que tenha compatibilidade de sangue irá receber a doação. No Brasil, a maior fila de espera é para o rim, mais de 21 mil pessoas aguardam por uma doação.
A diretora de práticas assistenciais do Hospital Regional e Coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) Graziele Jacob explica que a maior dificuldade na captação de órgãos em Rondônia e também no pais é a negativa das famílias. “As famílias não entendem o processo, as vezes acha que vai acontecer um milagre e esses órgãos acabam sendo perdidos”, explica.
Por isso, é importante que o doador converse com a família em vida, mesmo que tenha um documento onde expresse essa vontade é a família quem decide se haverá a doação.
Em Vilhena, desde 2015 já houveram 5 processo de aceites, mas somente 3 captações realizadas. As doações ocorrem quando há morte por causa neurológica ou acidente onde há Traumatismo Crânio-Encefálico (TCE) e evolui para uma morte encefálica.
O filho de Terezinha disse que quer conhecer o receptor dos órgãos da mãe. “Se for possível eu quero conhecer a família que irá receber os órgãos dela, quem carregará uma parte da minha mãe”, contou Leandro.

Leandro Souza, filho da doadora Terezinha de Jesus Souza, diagnosticada com morte encefálica na noite da terça-feira, 29 de agosto, no Hospital Regional de Vilhena.

Graziele Jacob, diretora de práticas assistenciais do Hospital Regional e Coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT).

FONTE: Vilhena Notícias