Goebel e o padre não quiseram revelar em que agremiação o sacerdote ingressou, mas detalhes sobre a estréia do vigário na vida partidária deverão ser divulgados nos próximos dias. Era visível, no entanto, a satisfação do parlamentar em ter o novo filiado em seu grupo, que soma mais de uma dezena de legendas.
Questionado sobre a proibição imposta aos padres pelo bispo da diocese de Ji-Paraná, Dom Bruno Pedron, que suspende os párocos que decidem disputar eleições, Caron disse estar ciente da situação. Explicou, no entanto, que o fato de estar entrando numa sigla não significa necessariamente que será candidato. “Minha vontade é colaborar, levando para a vida pública as noções de ética que prego em meus sermões”, disse, mas sem admitir que esteja se preparando para enfrentar as urnas no ano que vem.
FÉ E POLÍTICA – De fácil convívio, Renato Caron, nascido em Treze Tílias e pertencente à diocese de Caçador, ambas cidades de Santa Catarina, agrada pelo estilo direto de discutir política. Em 2008, seus sermões recheados de conteúdo social, foram entendidos por muitos como manifestações de apoio ao então candidato Zé Rover (PP), que acabou se elegendo prefeito.
Tolerante, o pároco transita bem mesmo entre fieis de outras denominações graças à capacidade de separar questões doutrinárias de temas políticas. Mas, em relação à regra imposta pelo superior hierárquico, terá necessariamente que escolher entre o altar e o palanque: “Volto a repetir que o fato de me filiar não quer dizer que serei candidato. Porém, se isso acontecer, me submeterei às regras de igreja”, encerra.
Autor: Folha do sul
Foto: Rogério Perucci