Três testemunhas são ouvidas em audiência no caso do caminhoneiro morto com pedrada em RO

Defesa alega que Willians Maciel Dias não teve intenção de matar José Batistela em maio deste ano. Ministério Público entende crime como homicídio doloso.

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Aconteceu a audiência de instrução do processo que tem como réu Willians Maciel Dias, suspeito de matar o caminhoneiro José Batistela com uma pedrada em maio deste ano, na BR-364, em Vilhena (RO). O advogado da defesa, José Francisco Cândido, informou que duas testemunhas de acusação e uma de defesa foram ouvidas durante 50 minutos. A audiência ocorreu na manhã desta terça-feira (28), no Fórum Criminal da cidade.

Entre as testemunhas, há um policial rodoviário federal, que atendeu a ocorrência no dia do caso, e um homem que passava pela rodovia e diz ter visto o réu arremessando a pedra contra o caminhão da vítima. Havia ainda mais duas testemunhas do caso. Porém, foram dispensadas.

O advogado de Willians Maciel afirma que o réu não teve intenção de matar o caminhoneiro. “Meu cliente não está se negando a responder efetivamente. Mas sim nos limites daquilo que ele praticou. Ou seja, um homicídio culposo”, explicou.

Após a fase das alegações finais, o juiz deve decidir se aceita ou não a tese de homicídio culposo, ainda segundo a defesa. Caso o parecer seja favorável ao Ministério Público, que concorda com a conclusão das investigações da Polícia Civil e entende o crime como homicídio doloso – quando há intenção de matar, o réu pode seguir para júri popular.

“Diria que isso seria uma aberração jurídica levá-lo [Willians] a júri popular. Mas não se trata de processo da competência do tribunal. O processo que deverá ser julgado pelo juiz singular como homicídio culposo”, disse advogado.

Entenda o caso

Willians Maciel se entregou à polícia no dia 7 de junho e confessou a autoria do crime, após ter o mandado de prisão preventiva aceito pela Justiça e a foto dele divulgada pela Polícia Civil. Ele é acusado de ter matado o caminhoneiro José Batistela, de 70 anos, na BR-364. Era o último dia de greve dos caminhoneiros.

José Batistela morava com a esposa e um filho em Jaru (RO), região central de Rondônia. Momentos antes de ser atingido por uma pedra, ele havia acabado de sair de um posto e carregava madeiras para o Mato Grosso.

Segundo as investigações da Polícia Civil, a pedra foi arremessada de baixo para cima por uma pessoa que estava em um carro, no sentido contrário da pista. O réu também é caminhoneiro e estava insatisfeito com o final da greve da categoria.

Após a prisão, a defesa pediu duas vezes à Justiça que ele respondesse ao processo em liberdade, que foi negado. Willians segue preso na Casa de Detenção de Vilhena.

Fonte: G1/Vilhena