Por
Thalita Defacci
Em Vilhena, no ano de 2016, a Operação Sala Azul foi deflagrada pela Polícia Federal no intuito de desarticular uma quadrilha organizada que cometia crimes relacionados a saques fraudulentos de seguro-desemprego.
As investigações se iniciaram no mesmo ano e foi descoberto pela PF que o crime estava ocorrendo entre os anos de 2010 a 2015 nas cidades de Vilhena e Colorado do Oeste. Ao todo, 32 mandados de prisão foram expedidos na época e dezenas de pessoas físicas e jurídicas foram investigadas. Após denúncia oferecida ao Ministério Público, o Juíz Federal Rodrigo Gasiglia de Souza expediu a sentença
Treze pessoas foram presas preventivamente e encaminhadas ao Presídio Feminino e Presídio Cone-Sul por diversos crimes dentre os mais relevantes, o estelionato e formação de quadrilha. Identificado como Anderson Marcon, chefiava a organização e aliciava pessoas para concretizar a fraude.
Os documentos pessoais eram utilizados para sacar dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), das pessoas aliciadas, que recebiam a quantia de R$ 1 mil reais pelo fornecimento dos documentos, enquanto a quadrilha recebia cerca de R$ 7 mil, a quantia equivalente pelo período de 5 meses do recebimento do seguro-desemprego. A contratação e demissão dos empregados era feita por empresas em atividade, para simular a dispensa sem justa causa, sem levantar vestígios do crime. Foi estimado o valor de R$ 2 milhões e setenta e dois mil aos cofres da Caixa Econômica Federal.
Estima-se de que 150 pessoas foram aliciadas para que os golpes fossem concretizados, sendo estabelecidos a elas vínculos empregatícios de forma fraudulenta com oito das empresas envolvidas no esquema. As pessoas “ficavam registradas” pelo período de dois anos, tempo necessário para saque de seguro desemprego.
INDÍCIOS DO CRIME
As primeiras investigações foram iniciadas pela Caixa Econômica Federal, quando passou a monitorar atitudes suspeitas de indivíduos que não sabiam nem o cargo que executava em determinada empresa, além de incongruências entre as liberações de FGTS e os dados repassados pelos trabalhadores.
Imagens de segurança das câmeras de uma da agência localizada em Colorado do Oeste, denunciavam que eram sempre os mesmos indivíduos os responsáveis pelo saque de diversos benefícios de seguro-desemprego, utilizando os cartões das vítimas aliciadas no golpe. Os indivíduos acusados eram Anderson Marcon, Marcello Ferreira Alonso e Edgar Santos Souza.
INÍCIO DAS OPERAÇÕES
A operação foi deflagrada em Março e já se iniciou com o cumprimento de mandados de busca e apreensão além da investigação em várias empresas. No mês de julho, ainda do ano de 2016, escritórios de advocacia e contabilidade também foram investigados no intuito de encontrar mais documentações que comprovassem as fraudes.
SENTENÇA
A sentença foi expedida no dia 08 de março de 2017, exatamente um ano após o início das investigações e os acusados já estão presos acusados de estelionato e formação de quadrilha. Duas pessoas foram presas por determinação de mandado de prisão na sexta-feira, 10 de março, por terem conseguido direito de Habeas Corpus enquanto aguardavam julgamento. Confira a lista dos sentenciados e o período de pena em regime fechado estabelecidos na Operação Sala Azul:
Anderson Marcon – 22 anos, 11 meses e 1 dia
Jeferson Marcon – 13 anos, 01 mês e 16 dias
Gilsemar Marcon – 17 anos, 11 meses e 14 dias
Marcello Alonso – 09 anos, 08 meses e 14 dias
Edgar Santos Souza – 09 anos, 08 meses e 14 dias
Izaías de Oliveira – 08 anos, 05 meses e 11 dias
Cidioney Geraldo Almeida – 07 anos
Marcilene Serafim – 07 anos, 07 meses e 13 dias
Marli Ruths – 07 anos
Jubenyll de Oliveira Siqueira – 07 anos
Jesiel Carvalho – 04 anos e 08 meses
Geneci Martins – 04 anos, 10 meses e 14 dias
Lindomar Farias – 04 anos, 11 meses e 15 dias
