A Delegacia de Homicídios de Porto Velho procura Cleonice Pereira de Lima Naréssi, 41 anos, suspeita de matar e queimar o corpo do próprio companheiro, o aposentado Wilmar Batista de Sousa.
O crime aconteceu na residência do casal, que segundo apuração da polícia tinha uma união estável desde 2009. O corpo do aposentado foi encontrado carbonizado e com três perfurações de faca no Ramal Maravilha, zona rural da capital.
O delegado à frente do caso – Sandro Luiz – em entrevista ao portal G1 disse que Wilmar “sabia do envolvimento de Cleonice em práticas de furtos e não compactuava com o comportamento da companheira. “Sabendo do posicionamento dele, Wilmar presenciou a mulher colocando um medicamento em na bebida dele. Com receio de continuar na mesma residência que ela, a vítima foi para casa do filho em Cacoal (RO)”, comentou Sandro.
Após algum período separados Cleonice conseguiu convencer o idoso a retornar para Porto Velho.
“Ele voltou no dia 9 de junho e morreu no dia 10. O corpo foi encontrado carbonizado no ramal”, conta o delegado.
Comportamento estranho
O delegado aponta que Cleonice começou a ter atitudes estranhas ainda no dia do crime, o que mais tarde com o início das investigações chamou a atenção dos investigadores.
“Ela começou a ligar para todos os parentes do idoso e se mostrava preocupada com o sumiço do companheiro. Ao falar com o irmão da vítima, ele a informou que Wilmar estava na casa do filho. Porém, ela mesmo decidiu registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento da vítima. Foi essa ocorrência que chegou ao corpo. Seria por meio desse registro que ela montaria um álibi e assim se livraria de um envolvimento com a morte”, aponta.
“Foram cravadas três facadas no peito da vítima e uma delas quebrou. Na perícia foi constatado que o aposentado estava possivelmente estava dormindo. Como ele tinha problemas com bebidas alcoólicas, poderia ter ingerido e estava dormindo”, diz.
O delegado conta que apenas Cleonice é indicada como principal suspeita do assassinato.“Na hora do crime em si, ela foi a única envolvida, mas na movimentação do corpo até o ramal houve a ajuda de uma outra pessoa”, fala.
Sandro Luiz explica que Cleonice, após matar o companheiro, fugiu do local. “A agilidade na mudança da residência onde Cleonice morava com os dois filhos e com Wilmar levantaram a suspeita na investigação”, disse o delegado.
Após a morte de Wilmar, Cleonice colocou rapidamente o imóvel para alugar e na segunda-feira já não estava mais no local.
“Isso chamou nossa atenção, pois foi muito rápido, ou seja, ele colocou o imóvel para alugar na sexta-feira e quando foi na segunda já havia saído”, explica.
Após o crime, a suspeita ainda usou um cartão de crédito para abastecer um automóvel.
O delegado conta que a Cleonice não trabalha, mas recebe pensão dos filhos que ela tem com outro homem.
“Uma situação que também podemos ressaltar é que ela aproveitou que o companheiro era extremamente apaixonado para tirar alguma vantagem, mas não podemos afirmar, afinal estamos dando a oportunidade para ela se explicar, uma vez que ela é a única suspeita e está foragida. Não buscamos um culpado. Buscamos a verdade”, disse.
Durante a investigação, o delgado conta que houve o contato de Cleonice com um dos filhos.
“Nos áudios dela para o filho ela sempre muito vaga na conversa. O filho entrou em contato com ela e disse: ‘ mãe, a polícia já sabe de tudo, volta!’. Ela apenas respondeu: ‘fale com nosso advogado’. Ela é muito inteligente, mas subestimou as investigações, que ainda não paparam”, fala.

Cleonice Pereira fazendo saque da conta de vítima (Foto: Divulgação /Delegacia de Homicídio)

Vítima e suspeita viviam em união estável desde 2009 (Foto: Divulgação/Delegacia de Homicídio)

Suspeita abasteceu carro com cartão da vítima em posto de Porto Velho (Foto: Divulgação/ Delegacia de Homicídio. O carro modelo Ford Escort de cor vermelha e placas BAD-1211 de propriedade da vítima e o veículo modelo Ford Ka de cor branca e placas NDA-5003 de propriedade de Cleonice estão sendo procurados pelos policiais e constam com mandados de busca e apreensão.
FONTE: Com informações do G1/RO