Morte de bebê no hospital regional vira caso de polícia

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No dia 18 de agosto, a mãe Leidiani da Silva Falcão recebia a notícia que seu bebê, que nascera de uma cesariana, do sexo feminino, com 2.500 quilogramas tinha falecido.

ATENDIMENTO NO HOSPITAL REGIONAL:

Na época, a irmã de Leidiani, Fernanda da Silva Falcão, contou ao Vilhena Notícias que elas chegaram ao Hospital Regional (HR) por volta das 4h20, onde foram encaminhadas para a sala de pré-parto.

Contudo, mesmo tendo tocado a capainha diversas vezes, Fernanda revelou que sua irmã só foi atendida às 6h00, quando funcionários do hospital chamaram os funcionários de plantão.

Com isso, Leidiani foi atendida e passou por uma cesariana, por volta das 10h40, onde Vitória (nome escolhido pelos pais) nasceu.

MÉDICOS:

Na ocasião, o pediatra Juan Fred Ebert, disse que a criança não chorou ao nascer, pois os batimentos dela estavam muito abaixo do normal. De acordo com ele, depois do nascimento foi realizado técnica de reanimação na criança, mas mesmo assim não foi possível salvá-la.

O médico obstetra, Gilberto dos Santos, que fez o parto de Leidiani garantiu que a morte do bebê foi uma fatalidade. Ele explicou que a gestante chegou ao hospital com 37 semanas e 4 dias e por isso a criança ainda não estava no momento de nascer.

No entanto, como a bolsa já tinha se rompido o obstetra elucidou que o procedimento de costume é deixar evoluir para o parto normal.

Porém, durante observação da paciente, foi percebido que os batimentos da criança estavam diminuindo. “O bebê estava sofrendo dentro da barriga e foi tirado com urgência, através de cesariana”, disse Gilberto.

Os dois médicos, obstetra e pediatra, concordaram e afirmam que a morte de Vitória foi conseqüência de uma parada cardiorrespiratória, que pode ter sido derivada de uma cardiopatia congênita (doença que apresenta anormalidades da estrutura ou função do coração da criança ao nascer).

BOLETIM DE OCORRÊNCIA: 

Ao saber da morte de sua filha, o pai da criança, Carlos Antônio da Silva, (foto, ao lado de sua filha embrulhada num lençol, no necrotério do HR) registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil, solicitando uma necropsia no corpo do bebê.

Contudo, depois de dois meses da morte do bebê, o laudo da necropsia ainda não foi concluído. O médico legista responsável pelo caso, explicou que a emissão do laudo ainda está previsto para o fim da próxima semana, devido a muito trabalho no IML (Instituto Médico Legal).

Porém, o legista adiantou que o bebê não tinha nenhuma má formação e era perfeita. Ele ainda revelou que possivelmente a morte do bebê aconteceu em decorrência de um sofrimento fetal agudo dentro do útero (caracterizado durante o trabalho de parto, quando a criança sofre por falta de oxigênio).

Conforme o delegado regional de polícia civil Fabio Campos, um inquérito policial já foi instaurado e todos os envolvidos no caso serão intimados para serem ouvidos na delegacia. Assim, juntamente com o laudo da necropsia, documentos e versões das partes envolvidas, será avaliado se houve negligência no atendimento a parturiente.

A reportagem do Vilhena Notícias não conseguiu manter um novo contato com o médico obstetra Gilberto dos Santos, pois ele está em viagem. Já o diretor do Hospital Regional, Adilson Rodrigues, disse que irá conversar com os médicos, pois não foi informado da situação ocorrida em agosto.

Enquanto isso, a família aguarda para saber o motivo pelo qual Vitória não sobreviveu depois do parto.