Delegado diz que assassino usou faca de cozinha para tentar fazer corpo da ex em pedaços em cidade do Cone Sul

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Nesta quarta-feira (1º) de agosto, Nubio Lopes de Oliveira, delegado titular da 1ª delegacia especializada na repressão de crimes contra a vida de Vilhena, divulgou a conclusão do inquérito que apurou a morte da jovem de 19 anos, Anna Karolyne dos Santos, morta no dia 08 de junho deste ano, na cidade de Chupinguaia, Cone Sul de Rondônia. A vítima foi assassinada pelo ex-marido, Luan Wudasck do Nascimento (FOTO), de 23 anos, uma semana após o casal ter se separado.

O assassino foi indiciado por feminicídio triplamente qualificado, motivo fútil, tentativa de destruição de cadáver, dissimulação (pois foi até a vítima e a convenceu a abrir a porta de sua casa para recebê-lo) e emprego de asfixia que provocou intenso sofrimento da vítima. Luan está foragido desde a data do crime e seu paradeiro deve ser comunicado a qualquer autoridade policial.

Revelações

Ao finalizar a investigação a polícia concluiu, com base em laudo de perícia médica, que Anna foi morta por estrangulamento, e não por esfaqueamento como havia sido cogitado inicialmente. Segundo o delegado do caso, o assassino era trabalhador de frigorífico e sabia manusear com habilidade facas.

“O Luan era trabalhador de frigorífico e sabia manusear [com habilidade] facas, e, depois de estrangular a ex, ele pegou uma das facas de cozinha dela e tentou retalhar [cortar o corpo em pedaços] para destruí-lo na tentativa de não deixar vestígios do crime”, destaca Nubio Lopes. O delegado acredita que o homicida desistiu de esquartejar a vítima porque a faca não tinha corte suficiente para “talhar a carne do corpo”.

Ainda segundo o delegado, o sangue encontrado no quarto foi porque Luan começou a cortar o pescoço e braço da jovem enquanto o coração ainda batia: “ela [Anna] estava com sete cortes no pescoço e cinco no braço”.

No dia após o crime, Luan se apresentou na delegacia de Polícia Civil em Vilhena com um advogado e confessou ter matado a ex, “mas o delegado plantonista não tinha elementos suficientes para mantê-lo preso”, diz a Polícia Civil. Já na segunda-feira (10), daquele mês, o delegado que conduziu a investigação pediu a prisão preventiva do criminoso que foi aceita pela Justiça. Para a polícia, a versão dada por Luan, que Anna tentaria ter a guarda da filha judicialmente para viver com outro homem é mentira. “Ele afirmou que ela teria dito que “pegaria” a guarda da filha para viver com outro homem, mas estando separados há apenas uma semana, é impensável acreditar que a jovem teria feito tal afirmação”, concluiu o delegado.

Filha de agricultores

Filha de família humilde de agricultores, Anna conheceu Luan aos 14 anos quando ainda morava na área rural de Chupinguaia, um ano depois decidiu ir morar com ele na casa do sogro, na área urbana da cidade. O casal teve uma filha, que completou um ano e onze meses em julho. A menina estava no quarto quando a mãe foi assassinada, afirma a polícia.

Ciumento e possessivo, segundo afirmaram familiares da vítima e do próprio assassino à polícia, Luan não aceitava o fim do relacionamento, ocorrido uma semana antes do assassinato, entretanto, a mãe de Anna afirma que a decisão de se separar foi tomada pelo ex-genro.

Uma semana antes do crime o casal esteve numa confraternização familiar na residência da mãe e do padrasto de Anna, e lá, Luan teria tido uma crise de ciúmes e abandonado a festa, deixando para trás a jovem, que dormiu na casa da genitora naquela noite. No dia seguinte, acompanhada de sua mãe, Anna retornou para casa, foi então que Luan disse à então sogra que não aceitava mais viver com jovem e ali pôs fim à união do casal.

Diante da situação, a mãe ajudou a filha a alugar uma quitinete no centro, pois Anna estava empregada e queria continuar morando na cidade. Durante a primeira semana de separação, a filha do casal permaneceu sob os cuidados dos avôs paternos e maternos.

Dia do crime

Naquela fatídica noite de sábado, já morando na quitinete, Anna ligou para Luan dizendo que queria passar o domingo, que seria seu dia de folga, com a filha. O pedido foi atendido e por volta das 19h a criança foi levada por avôs até a mãe. Por volta das 23h, Luan que havia saído de uma festa foi até a casa da ex e a convenceu a abrir a porta. Uma vizinha da vítima depôs à polícia e disse ter ouvido o grito de uma mulher por volta das 23h30, depois disso houve silêncio e só soube da morte da jovem na manhã seguinte.

A morte precoce de Anna chocou a pequena cidade de Chupinguaia, e para a polícia, Luan foi até a casa da ex já decidido a matá-la.

FONTE: Vilhena Notícias