A médica pediatra Luciane Berti Cavalcanti, de Ariquemes (RO), usou as mídias sociais essa semana para falar sobre os sinais de alerta para quadros mais graves da Covid-19 em crianças. A mensagem dela é que o novo coronavírus parece não “poupar” as crianças e não se deve subestimar a doença.
Este cenário ficou mais preocupante nas últimas semanas, quando começaram a surgir casos de crianças que desenvolveram síndrome inflamatória multissistêmica, que pode levar à morte.
O caso de uma criança de 10 meses que deu entrada na emergência onde a médica trabalha gerou muita preocupação e a pediatra decidiu usar as mídias sociais para alertar os pais. Segundo ela, o bebê apresentou diarreia e vômito e foi tratado, inicialmente, como se tivesse um quadro de infecção intestinal. Depois de alguns dias surgiram manchas no corpo e criança foi medicada como se estivesse tendo uma reação alérgica.
Ao mostrar o caso Luciane Berti disse que o quadro da criança agravou e ela foi internada de emergência com síndrome inflamatória multissistêmica. Após a internação os exames mostraram que havia sido infectada com o novo coronavírus. “Internamos e salvamos a criança”, escreveu a pediatra.
Berti e a comunidade médica do país explicam que a minoria das crianças com Covid precisa de internação hospitalar e, mesmo dentre estas, a grande maioria se cura sem nenhuma sequela. No entanto, o motivo para isso ainda não está totalmente esclarecido e os pais devem ficar atentos a qualquer quadro clínico. “Fiquem atentos a lesões na pele”, orienta a médica.
A pediatra expôs outros dois casos semelhantes. Um menino de 9 anos apresentou dor e feridas na garganta. “Foi diagnosticado com Herpangina e tratado por outro profissional”, frisa Berti.
Também houve agravamento do quadro clínico nesse caso e a criança precisou ser internada. O diagnóstico clínico da médica foi Covid-19. O menino foi tratado e teve melhora do quadro de saúde. Os pais dele testaram positivo para a doença.
SINAIS DE QUADRO GRAVE
Os primeiros sintomas de Covid em crianças são muito parecidos com os dos adultos: começa com febre, dor no corpo, mal-estar, prostração alternada com irritação, dor de cabeça, dor de garganta, coriza clara e tosse seca. Algumas crianças, como alguns adultos, podem apresentar diarreia.
“Estes sintomas são mais intensos nos primeiros dias e, em geral, vão se atenuando de tal forma que a imensa maioria das crianças se recupera até o décimo dia. Algumas crianças, no entanto, podem apresentar quadros mais severos, com dificuldade para respirar. Este é um sinal de alerta muito importante e, se for identificado, deve-se levar a criança para um Pronto Socorro para que seja avaliada”, alerta a pediatra Ana Escobar, colunista da CRESCER.
