Dimas Senna, 23 anos, mais conhecido pelo apelido de “Neymarzinho” no meio do futebol, decidiu trocar as chuteiras pela tesoura. O ex-jogador do Vilhena Esporte Clube (VEC) trabalha atualmente cortando cabelos e barbas em Vilhena.
“Voltar jogar? Ah, eu acho que não. Estou feliz com a profissão que eu estou, não tenho problema nenhum. Graças a Deus vem dando tudo certo, então não pretendo voltar a jogar”, esclarece.
A decisão de abandonar o futebol foi tomada após diversas decepções com o clube onde Dimas começou e terminou sua pequena carreira nos campos.
Em 2012, com apenas 17 anos, foi convidado a assinar pela primeira vez com o VEC. Os problemas começaram nesta época.
“Participei do time, mas era assim, um mês pagavam e no outro não. Já fiquei quatro meses sem receber em 2013”, relembra.
No ano seguinte, durante um treino, Dimas sofreu uma lesão na coluna e teve que voltar para a casa dos pais, em Sumaré, interior de São Paulo. Sem auxílio nenhum do clube, passou por tratamento e ficou três anos sem jogar se recuperando da lesão. Neste período, ele se interessou em aprender uma nova profissão, a de barbeiro.
“Durante a semana eu tralhava em uma oficina e aos fins de semana cortava cabelo”, revela.
Foi então que no início de 2017, um membro da comissão do VEC entrou em contato com Dimas e o convidou para integrar novamente o time. Acreditando que a situação financeira do clube estaria melhor, após ter enfrentado um dos maiores times do país, o Palmeiras, ele aceitou a proposta. Largou o emprego em São Paulo e voltou para Vilhena.
“Eu achei que esse ano seria diferente. Acreditei que pudesse ser diferente, mas foi até pior. O time inteiro, praticamente, não recebeu. Terminou o campeonato teve jogador que foi embora apenas com o dinheiro da passagem”, relata.
Durante o campeonato Rondoniense deste ano, Dimas já cortava os cabelos dos colegas de time. Quando o campeonato terminou, ele decidiu investir mesmo na carreira de barbeiro.
Com um dinheiro que havia guardado no banco, o ex-jogador comprou os equipamentos que precisava e há dois meses trabalha em uma barbearia em Vilhena, onde pretende continuar morando.
Desabafo
Dimas se recorda de vezes em que o presidente do clube brincava com a situação crítica em que os jogadores se encontravam.
“Se o presidente não tem como bancar um time, não devia tirar ninguém de casa. Teve jogador que ficou devendo aluguel, teve luz cortada e a família passando necessidade”, desabafa.
Além de problemas financeiros, o ex-jogador se lembra de problemas entre jogadores e a comissão do clube.
O valor total em dinheiro que Dimas afirma ter ficado sem receber, durante todo o tempo em que jogou no VEC, chega em torno de R$ 15 mil.






FONTE: Vilhena Notícias