
Natália Monique da Costa pediu exoneração do cargo de chefe de gabinete do vereador Dhonatan Pagani (PSDB) nesta terça-feira, 2 de fevereiro. Ontem, veículos de imprensa revelaram que a então assessora é irmã afetiva do vereador. Ela é filha do padrasto do político.
A exoneração foi publicada agora à tarde no Diário Oficial do Município de Vilhena.

Procurado, o vereador Pagani voltou a afirmar que “a nomeação sempre esteve conforme a lei, [que] o ato é totalmente legal, [que] não contraria [decisão do] STF assim como o Código Civil”. Pagani confirmou à reportagem do Vilhena Notícias que decisão de deixar o cargo partiu da próprio assessoria. “Ela pediu e eu aceitei. [ela] disse que não concorda e não quer essa exposição toda para a vida dela”.
Repercussão
A notícia sobre a nomeação da irmã afetiva gerou embate nas redes sociais. Dezenas de eleitores que ajudaram Dhonatan Pagani a se eleger usaram às mídias sociais e manifestaram desaprovação pela contratação. Outros minimizaram a situação pelo fato de Natália não ter parentesco de sangue com Pagani.
Questionado, o parlamentar respondeu: “a população pede respostas de seus políticos, ignorar isso é confrontar a vontade popular. A lei me ampara, mas meu povo disse que não aceita. Assim seja feito”.
Natália havia sido contratada com um salário de poucos mais de R$ 3.000,00, incluindo vale alimentação de 833,33, por jornada de 30 horas semanais. Ela permaneceu um mês e dois dias no cargo.
Trajetória
Com 1.878 votos, a maior da história de Vilhena para o cargo de vereador, Pagani foi eleito fazendo críticas ao ‘modus operandi’ da política com um discurso de crítica ao atual cenário político do país, aliado à proposta de renovação da Câmara Municipal. O parlamentar, que já foi lotado no gabinete do ex-vereador Rafael Mazeiro na legislatura 2017-2020, sempre disse ser contra a indicação de parentes, ação restringida por lei, e à indicação por critério de amizade para cargos públicos.
Uma bandeira de campanha foi não usar a verba do fundo eleitoral. Ele deu declarações à imprensa e em mídias sociais durante as eleições municipais de 2020 para mobilizar apoiadores à sua candidatura, e com severas críticas às regalias dos políticos, como auxílio moradia e verba indenizatória, benefícios esses legais, mas considerados imorais por Dhonatan Pagani.
Pagani também foi coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) de Rondônia, que condena severamente o nepotismo e o apadrinhamento político.