Trabalho orienta manejo de herbicidas nas lavouras do Brasil

Dados estão disponibilizados gratuitamente para fins educacionais de apoio técnico na tomada de decisão.

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Pesquisadores brasileiros produzem trabalho educacional e de apoio técnico denominado “Classificação de Herbicidas no Brasil”. Iniciativa que facilita a tomada de decisão no manejo de plantas daninhas e contribui para evitar resistência, mediante alternação de produtos com diferentes princípios ativos. Dados de orientação estão disponibilizados em chart (gráfico com informações) que pode ser baixado gratuitamente por download. Algo simples, porém eficiente; conforme o Dr. Maxwel Coura Oliveira, um dos envolvidos.

Em relação aos fins educacionais, são contemplados estudantes e professores da área de ciências agrárias. Sobre tomada de decisão, são favorecidos: técnicos, consultores e produtores rurais em geral já que herbicida é o método mais utilizado para o controle de plantas daninhas. No Brasil existem 779 produtos registrados e comercializados por 60 empresas, conforme dados obtidos pelos pesquisadores junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Dentre tais produtos comerciais, 612 têm apenas um princípio ativo, o que representa 78,5%. São 158 com dois princípios ativos, o que equivale a 20,3%. Apenas nove contam com três princípios ativos, ou seja: 1,2%. O mais utilizado nas lavouras brasileiras é o glifosato, encontrado em 113 produtos de princípio único; sendo que a aplicação reiterada de determinado produto gera a resistência das plantas daninhas, assim como as bactérias no organismo humano criam resistência a antibiótico.

Como no Brasil a maioria dos produtos é de princípio único, as possibilidades de resistências são maiores. Então, o trabalho de cunho educacional e técnico representa valiosa contribuição para a produção agrícola brasileira. A classificação está de acordo com o Comitê de Ação à Resistência aos Herbicidas (HEAC) e os produtos são os listados pelo Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (Agrofit), órgão vinculado ao Mapa e que é um banco de informações relacionadas ao controle de pragas.

 Disponibilidade

O chart está disponível em duas páginas. A primeira mostra a classificação de todos os ingredientes ativos dos herbicidas. O 2º mostra todos os herbicidas pré-misturados com ingredientes ativos diferentes. Em ambos os casos, são produtos registrados e em vigência no país. Embora minucioso, o trabalho foi desenvolvido em três semanas por cinco pesquisadores e apoiadores do Brasil e dos Estados Unidos.

Seu rápido desenvolvimento teve a contribuição da quarentena do coronavírus, com os envolvidos dedicando mais tempo que o habitual em suas rotinas de produções científicas. Oliveira conta que a ferramenta digital escolhida ajudou muito, que foi o sistema de preparação de documentos LaTeX, um facilitador na criação de gráficos coloridos, de fácil visualização para orientação de quem for usar o chart que em dois dias de publicação no seu blog teve mais de 1,5 mil acessos em 26 dos 27 estados brasileiros, menos Alagoas. A circulação em redes sociais também foi grande.

O trabalho de caráter interinstitucional e que contempla a internacionalização do ensino superior, além de Oliveira, pela Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) em Presidente Prudente; envolveu os também doutores Gustavo Antônio Mendes Pereira e Marcelo Rodrigues dos Reis, da Universidade Federal de Viçosa (UFV); Hudson Takano, da Universidade do Estado do Colorado (CSU), nos Estados Unidos, e Anderson Luís Nunes, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRGS)

Entre os apoiadores está o Dr. Rodrigo Werle, pesquisador brasileiro radicado nos Estados Unidos e que atua na área de ervas daninhas em sistemas de cultivo de extensão junto à Universidade de Wisconsin-Madison, onde o mineiro Oliveira fez pós-doutorado. Seu doutorado também foi nos Estados Unidos, na Universidade de Nebraska-Lincoln. A convivência com pesquisadores norte-americanos resultou na ideia do trabalho recém-concluído e com expressiva receptividade no território brasileiro.

No rastro da história de uso de herbicidas sintéticos para controle de plantas daninhas, seguido das mudanças de uso de solo e a introdução de culturas transgênicas, são grandes os impactos causados e que exigem profissionais capacitados para o manejo adequado, no que o trabalho dos pesquisadores surge como importante contribuição; inclusive para ajudar a garantir a sustentabilidade do agroecossistema, do ponto de vista econômico e também do ponto de vista ambiental.

Veja a tabela:

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Fonte: Homero Ferreira – Unoeste