KANITAR OBERST: A difícil tarefa dos advogados que defendem quem “bate em mulher”

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Existem atualmente diversas profissões que exigem estômago de qualquer profissional, algumas que fazem as pessoas sentirem cheiros insuportáveis e outras as quais causam angústia e stress constantes. Mas acredito que a tarefa de defender um cidadão que agrediu e violentou uma mulher esteja entre as mais ignóbeis.

O papel de advogado é muito antigo, mas há que se salientar que é o mais complexo também. É alguém que fala por você, que te representa, que compra a briga por você. Que vai usar de seus conhecimentos apreendidos para lhe defender, para defender seus direitos e também vai tentar abrandar seus crimes.

Então eu penso comigo, tanta dedicação, estudo, conhecimento, que se personificam em alguém sábio, com linguajar culto, capacidade de convencimento e articulação, para no fim ter que defender alguém que “bateu em mulher”.

Não é fácil, e acredito ser muito mais difícil para uma advogada, por isso, geralmente são advogados que realizam tais defesa.

Mas dentro das bases de nossa sociedade essa tarefa, como outras tantas do advogado são imprescindíveis. Na democracia todos tem direito a defesa e por nossa Constituição Federal todos são inocentes até que se prove o contrário. Mas ainda sim, como é difícil a tarefa do jurisconsulto que por obrigação à democracia defende “quem bate em mulher”.

Contudo, sabemos que em todas as profissões existe o lucro, que também é justo e honesto. Ou seja, o profissional recebe por seus serviços e faz seu trabalho. Mas mesmo assim, como é difícil a tarefa do advogado em que sua luta por subsistência defende “quem bate em mulher”.

CASOS DE OPRESSÃO

Ainda sim, nestes casos de violência domestica é de conhecimento geral, que as mulheres são oprimidas. Muitas delas retiram as queixas, devido à ameaças e a uma gama inumerável de medos. Sem queixa sem crime e sem processo, e vida que segue.

Sem o devido processo legal, juiz nenhum no território nacional pode condenar ou absolver, pois o ato violento não existe.

E finalmente, como é difícil ao operador do direito, olhar para sua namorada, noiva, esposa que tanto ama e admira, e ter que defender “quem bate em mulher”.

Talvez, a sociedade devesse nessa época de eleições votar de forma consciente, e dar crédito para aquelas pessoas que desejam criar leis que incentivem dentro da educação, na mais tenra idade, o respeito igualitário à mulher.

Quem sabe com políticos buscando na educação a solução para violência doméstica, tenhamos um sofrimento menor aos advogados.