
Quando perguntamos a qualquer brasileiro qual o carro mais tradicional da nossa história, poucos hesitam em responder. Isto porque, ao longo do tempo, nenhum veículo popular notabilizou-se de forma similar ao Volkswagen Gol na indústria automotiva do Brasil. Desenvolvido na década de 70 e lançado em 1980, o modelo da fabricante alemã sempre se diferiu da concorrência e, em função disso, pôde liderar as vendas no mercado por 30 anos em âmbito nacional, período esse de soberania que dificilmente será superado por outro veículo, tendo em vista a concorrência mais acirrada que, hoje, caracteriza o setor.
Embora na Europa, o Gol não tenha atingido a mesma notoriedade que no continente americano, reflexo da ampla procura pelo Volkswagen Polo observada no Velho Continente, em nosso território o modelo também compreende resultados bem-sucedidos em relação ao índice de exportações, correspondendo ao automóvel mais exportado da história do Brasil, mediante o seu desenvolvimento em nosso país, mesmo que a montadora seja alemã.
Durante muitos anos, a classe C e D brasileiro não ambicionou a aquisição de veículos. Sendo assim, a demanda automotiva nacional era designada às classes A e B. E, conforme o anseio de adquirir um veículo era manifestado no cidadão, sobretudo no século passado, boa parte dessas pessoas associavam a compra do Gol à satisfação, uma vez que se tratava do maior ícone da nossa indústria. Porém, o ditado “nem tudo é pra sempre” ilustrou a modificação de cenário que, no século atual, implica no recuo das vendas do Gol.
Por que o Gol perdeu participação de mercado nos últimos 5 anos? Quais seus concorrentes?
Hoje em dia, a plataforma é tratada como defasada, em função da ausência de uma atualizada que, desde 2008, não ocorre, em oposição aos seus concorrentes da Fiat e Chevrolet, por exemplo. Diante das novas exigências do consumidor que, projetando melhorias responsáveis por conforto, praticidade e desempenho, o Fiat Uno e o Chevrolet Onix apresentaram grande destaque de comercializações nesta década, atribuindo à adequação às novas tendências os registros expressivos no espaço de tempo mencionado.
O Fiat Uno, apesar de não promover uma performance tão singular, imputa ao preço o seu diferencial. Em meio à uma crise econômica que, desde o princípio da década, perdura em nosso país, o condutor explorou o mercado e, identificando nesse lançamento da Fiat um veículo que pudesse suprir suas necessidades básicas de locomoção e preço, não economizaram aquisições do Uno, cujo estigma referia-se ao “carro mais barato do Brasil”.
O Onix, por sua vez, intensificou as vendas da Chevrolet através de um automóvel único, encarregado de entregar alto desempenho, design moderno e economia de combustível. Não é à toa que, há quatro anos, o modelo da fabricante norte-americana representa o mais vendido do Brasil, dispondo de elevado prestígio.
Mesmo com queda, o modelo da fabricante alemã segue líder de vendas na década
Ainda assim, nenhum dos dois automóveis citados possui o posto do mais comercializado da década no nosso país. Esse lugar pertence ao Volkswagen Gol, cuja preferência do consumidor resumiu-se a primeira metade da atual década, evidenciando todas as virtudes que, desde 1980, o automóvel tem oferecido ao brasileiro.
Distribuição eletrônica de frenagem, sistema de partida a frio sem reservatório adicional de gasolina, alerta de frenagem de emergência, cintos de segurança dianteiros com pré-tensionadores, suporte para celular, rodas de aço aro 14 com calotas e ar-condicionado são alguns dos benefícios que estimulam sua aquisição.
Gol usado: Uma grande possibilidade ao consumidor brasileiro
Carente de uma modificação que esteja alinhada aos padrões tecnológicos de seus atuais concorrentes, a Volkswagen beneficia-se da exploração de uma lacuna pouco lembrada através do Gol. Ao contrário dos zero quilômetros, o Onix está longe da liderança nas comercializações de modelos usados que, neste sentido, compete ao Volkswagen Gol. Representando 9,34% de todas as aquisições de automóveis usados em 2019, o protagonista de décadas segue dominante em uma das lacunas do setor, contribuindo para a manutenção da marca como a soberana em automóveis no Brasil.
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