Corpo de rondoniense achado no deserto dos EUA estava a 400 metros de uma casa: ‘Esperava talvez ver minha mãe presa, menos morta’, revela filha

Lenilda dos Santos morreu aos 49 anos quando tentava entrar ilegalmente nos EUA; ela foi abandonada pelos amigos de infância. Há quase 15 dias a família sofre com a perda e a falta de um corpo pra velar.

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O corpo de Lenilda dos Santos, a brasileira achada morta no deserto há 11 dias quando tentava entrar ilegalmente nos Estados Unidos (EUA), ainda não foi liberado para ser enviado ao Brasil. Segundo a família, a expectativa é que a autorização e o translado ocorra apenas nas próximas semanas.

Em uma entrevista ao Fantástico, exibida na noite deste domingo (26), a filha de Lenilda contou queo corpo da mãe foi achado a 400 metros de uma casa trailer, indicando que brasileira tentou pedir ajuda a alguém em seus últimos momentos de esperança e vida.

“Ela lutou até o fim. Eu acordo eu não consigo fazer um café, não consigo limpar uma casa, não consigo fazer nada. Porque a gente tá tendo um velório sem corpo”, desabafou Genifer Oliveira, uma das filhas de Lenilda, durante entrevista ao Fantástico.

Ainda segundo Genifer, a chegada do corpo inicia uma nova etapa para os familiares que sofrem com a perda de Lenilda há 11 dias, após receberem a notícia de que a técnica de enfermagem foi abandonada no deserto pelos amigos de infância com quem viajava.

Todos os trabalhos para o translado estão sendo coordenados por uma empresa americana contratada pelos familiares e as despesas devem custar aproximadamente R$ 120 mil.

Genifer, filha de Lenilda, fala sobre morte da mãe no deserto — Foto: Rede Amazônica/Reprodução
Genifer, filha de Lenilda, fala sobre morte da mãe no deserto — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

Em Rondônia, onde Lenilda morava, a família segue realizando uma vaquinha on-line para arrecadar a quantia e pede ajuda para trazer o corpo até a cidade de Ouro Preto do Oeste.

Isso porque a família também recebeu a informação de que a empresa só pode transportar o corpo do EUA até São Paulo (SP) e não a Rondônia.

Lenilda deve ser sepultada em Ouro Preto do Oeste, no mesmo cemitério onde está enterrado seu pai e avô. “É o pedido do meu pai, do meu avô, que toda família colasse junto dele”, conta o irmão.

FONTE: G1/RO e Fantástico