Coletivo Indecline faz protesto com cabeça de Jair Bolsonaro e gera polêmica

A deputada federal Bia Kicis (PSL) usou suas redes sociais para manifestar repúdio à obra. "Que coisa mais asquerosa".

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“Obra de arte” mostra a cabeça decepada de Bolsonaro Foto: Reprodução

O coletivo de arte e ativismo Indecline lança, nesta segunda-feira (14/9), o projeto Freedom Kick, em colaboração com o artista espanhol Eugenio Merino. Três personalidades políticas, entre elas o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), terão suas cabeças representadas em obras ultrarealistas.

A novidade foi compartilhada pelo Instagram do coletivo Indecline. Além de Jair Bolsonaro, estão representados o norte-americano Donald Trump e o russo Vladimir Putin. Os mandatários do Brasil, Estados Unidos e Rússia são classificados, pelo movimento, como “três dos maiores tiranos do que o mundo já viu”.

No Brasil, a ação será feita pela produtora Gorila Company que, pelo Instagram, anunciou um vídeo para esta segunda. Somente o anúncio do ato, que mostra a cabeça de Bolsonaro em uma caixa, gerou uma onda de revolta entre os apoiadores do presidente – que qualificam o protesto como manifestação de ódio.

A página da produtora Gorila Company restringiu as visualizações somente para seguidores.

Um print de uma suposta publicação de Marcello Tamaro circula nas redes sociais. Na imagem, ele aparece segurando a reprodução da cabeça de Bolsonaro com a seguinte legenda: “Segunda sai o vídeo que produzimos pela Gorila Company em collab com a Indecline e o estúdio Eugenio Merino onde reunimos a galera pra jogar um fut com a cabeça do merda do nosso presidente”.

A conta de Marcello Tamaro está fora do ar, no Twitter, apoiadores do presidente se organizaram para denunciar a publicação como discurso de ódio. As informações são do Metrópoles.

Revolta

A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) usou suas redes sociais para manifestar repúdio à obra.

– Que coisa mais asquerosa. É o famoso “ódio do bem” que passa desapercebido pelos defensores da “democracia”. Uma criança segurando a cabeça do presidente Jair Bolsonaro. E se fosse a cabeça da Marielle? Ou do Lula? Ou de algum ministro do STF? Mas os intolerantes somos nós – retrucou a parlamentar.

Sobre o coletivo

Em sua página da internet, o coletivo Indecline se define como ativista em arte.

“O Indecline é composto por grafiteiros, cineastas, fotógrados e rebeldes ativistas em tempo integral”, afirma o texto. “Indecline se foca nas injustiças sociais, ecológicas e econômicas promovidas pelos americanos e pelos governos internacionais”, completam.

Eugenio Merino é um artista espanhol que faz figuras realistas e tem como tema a principal questões políticas, abordando temas como religião e terrorismo.