CIDADE VIZINHA: mulheres que arquitetaram homicídio para não pagar dívida são condenadas

As rés Ranieli Santos Cunha e Ana Paula Vieira da Rocha foram sentenciadas a 15 anos e 8 meses, e 13 anos e 6 meses de prisão.

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O Ministério Público do Estado de Rondônia (MP-RO) obteve, na terça-feira, 12 de Agosto, a condenação de duas mulheres por envolvimento no assassinato de Vinícius Zoff, ocorrido em julho de 2022, no município de Pimenta Bueno.

As rés Ranieli Santos Cunha e Ana Paula Vieira da Rocha foram sentenciadas a 15 anos e 8 meses, e 13 anos e 6 meses de prisão, respectivamente, em regime fechado, por homicídio qualificado e pistolagem.

O crime foi caracterizado por motivo torpe, pagamento em troca da execução e emboscada (tocaia), conforme apontam as provas reunidas durante a investigação e apresentadas ao Tribunal do Júri.

As condenações são resultado da atuação do Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ) do MP-RO, que acompanhou o caso desde o início.

Crime premeditado e brutal

Segundo o Ministério Público, o homicídio foi premeditado e executado com requintes de crueldade. As investigações comprovaram que dois mandantes contrataram dois pistoleiros para matar a vítima, com o apoio das duas rés agora condenadas. O motivo do crime seria uma dívida de aproximadamente R$ 100 mil que os mandantes deviam a Vinícius.

Antes do assassinato, as duas mulheres monitoraram os passos do jovem e repassaram informações ao grupo executor.

No dia do crime, a vítima foi atraída até um sítio na zona rural de Pimenta Bueno, onde foi amarrada e executada com um disparo na cabeça. O corpo foi encontrado próximo ao aeroporto da cidade, após a família localizar o veículo abandonado.

Seis condenações até agora

Com as novas condenações, sobe para seis o número de pessoas sentenciadas pelo homicídio de Vinícius Zoff. Em 2024, os quatro primeiros envolvidos — os dois mandantes e os dois pistoleiros — já haviam sido condenados a penas que somam 57 anos de prisão, após julgamento que durou quatro dias no Tribunal do Júri.

Compromisso com a justiça e combate à violência

Em nota, o MPRO destacou que a condenação das rés reforça o compromisso da instituição com a defesa da vida e o combate à violência, especialmente em crimes de alta gravidade como o homicídio por encomenda. O órgão ressaltou ainda que sua atuação visa garantir não apenas a responsabilização dos autores, mas também a proteção dos direitos das vítimas, de suas famílias e da sociedade.

O caso permanece como exemplo da atuação coordenada entre os órgãos de investigação e acusação, visando a aplicação da justiça em casos de crimes organizados e com motivação financeira.