Associação composta por pessoas ligadas a deputado é alvo de operação do Gaeco e Polícia Civil por fraudes

Deputado estadual destina emendas para execução de 'projetos sociais'

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Foto: Reprodução

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e a Polícia Civil deflagram nesta quarta-feira (10) uma nova fase da Operação Iniquitate, que investiga supostas fraudes em processos de despesas com recursos públicos destinados à Associação Acreditar.

Segundo aponta a investigação, a associação é composta por servidores e pessoas ligadas a um deputado estadual que destina emendas para execução de projetos sociais nessa entidade.

Não foi divulgado, até a publicação da reportagem, o número de mandados de busca e apreensão cumpridos, mas o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) afirma que os agentes cumpriram ordens judiciais em Porto Velho e Ariquemes, “especificamente nas residências e locais de trabalho dos envolvidos”.

Após a apreensão de materiais e documentos no ano passado, os investigadores encontraram outras irregularidades, entre elas a utilização de empresas fictícias e empresas de fachada para emissão de notas fiscais frias nas prestações de contas dos recursos públicos recebidos pela Associação Acreditar.

São investigados ainda desvios do dinheiro público por membros da referida entidade com participação de pessoas físicas e jurídicas.

A Associação Acreditar é investigada desde o ano passado, após o MP-RO receber denúncias de que a entidade fazia cobranças indevidas de valores a ambulantes para que pudessem trabalhar no evento denominado Dia do Evangélico.

O MP afirma existir indícios da prática dos crimes de concussão, falsidade ideológica, lavagem de capitais, peculato e associação criminosa.

Operação Iniquitate

O nome Iniquitate, de origem do latim, indica a ação ou o que se mostra contrária a moral, à religião e à lei.

Segundo o MP, a atuação dos investigados, ao não cumprirem a lei e aproveitando-se da realização de um evento ligado a comemoração de uma data religiosa, agiam sob o manto da aparência da retidão dos valores cristãos, implementando, na verdade, condutas espúrias e ilegais.

A primeira fase da operação Iniquitate foi feita em setembro de 2020, no gabinete do deputado Marcelo Cruz.

Fonte: G1