Estima-se que a população de animais abandonados no Brasil supere os 30 milhões, como aponta o levantamento não oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde 1998, no país, é considerado crime ambiental maus-tratos a animais domésticos ou silvestres, como prevê a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Em 2020, a pena contra os maus-tratos foi agravada com a publicação da nova Lei 1.095/2019, aumentando a pena mínima de três meses para até dois anos de prisão e multa para quem for condenado por este tipo de violência.
A cor deste mês é a laranja. A campanha do Abril Laranja surgiu em 2006 e foi idealizada pelo Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade contra Animais com o objetivo de alertar sobre a violência sofrida pelos animais e endurecer a pena para os autores deste crime. A preocupação com a segurança dos bichinhos aumentou com o início da pandemia, em 2020, já que os números de casos cresceram mais de 10% quando comparados com os levantamentos realizados em 2019. A estatística foi feita pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMVSP).
A violência contra os animais não é apenas física, atitudes como abandono, manter os animais presos debaixo de sol e chuva ou submetê-los a atividades exaustivas, como carregamento de carga, são considerados maus-tratos e estão enquadradas na lei. Nesses casos, é possível registrar boletim de ocorrência na delegacia de polícia mais próxima ou apresentar denúncia à Promotoria de Justiça do Meio Ambiente. As denúncias podem ser feitas online por meio de formulário disponível nos sites da Polícia Civil (http://delegaciavirtual.pc.ro.gov.br/) e do Ministério Público do Estado de Rondônia.
Foi pelo amor aos animais que na Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), em Porto Velho, surgiu a organização “Peludos da UNIR”. A iniciativa começou com alguns alunos e professores que alimentavam os animais abandonados nos arredores do campus de forma aleatória. Hoje, o grupo cresceu e conta com a colaboração de alunos, técnicos e professores da UNIR, conta Aline Andriolo, voluntária da Peludos. De acordo com ela, no campus da capital, são atendidos três cachorros e mais de setenta gatos em situação de abandono. Por meio de doações, além de alimentar, eles fazem o acolhimento dos animais, castração, atendimento veterinário e os encaminham para adoção responsável. “Também fazemos algumas atividades de arrecadação, como vendas de rifas, barraca na festa junina da UNIR e bazares”, finaliza.
Para ajudar a Peludos, basta entrar em contato pelo Facebook ou Instagram (@peludosdaunir) do grupo.
Ações pelos campi do interior
Diferente do que acontece na capital Porto Velho, nas cidades do interior os registros de abandono de animais nos campi da UNIR são mais raros, com poucas ocorrências durante o ano. Também não há muitas organizações e o mais comum é acontecerem atividades pontuais de voluntários dedicados à causa animal.
Hoje, no campus de Ariquemes, alunos, vigilantes e servidores da UNIR providenciam alimentos para alguns gatos que foram abandonados no local. Quando possível, eles também ajudam a encontrar um lar acolhedor para esses animais. Por conta da pandemia, o acesso à instituição foi limitado e, dessa forma, quem mais tem cuidado dos animais no momento são os vigilantes.
Da mesma forma, no campus de Cacoal há servidores que prestam auxilio e se dispõem a alimentar os animais que aprecem eventualmente no local, assim como no campus de Presidente Médici, onde alguns servidores também alimentam, acolhem e tratam os animais abandonados água e comida.
No campus de Ji-Paraná, também não existe nenhum projeto formalizado com essa intenção, mas os servidores procuram os donos dos animais e caso não encontrem, indicam para adoção em grupos nas redes sociais. Caso não apareça nenhum voluntário disposto a adotar, os animais continuam no campus e a comunidade acadêmica se mobiliza para ajudar. Atualmente, há três cachorros no campus de Ji-Paraná.
Em Presidente Médici, existe a ONG “Adote um amigo” e em Cacoal tem o abrigo “Vira-lata vira amor”. Em Ji-Paraná, quem defende os direitos dos animais é a associação Soproteji, composta por um grupo de voluntários.
Por fim, no Campus de Vilhena, de acordo com a direção, atualmente não há animais abandonados na instituição.
Para saber mais sobre o Abril Laranja e formas de ajudar os animais, acompanhe as atualizações nas redes sociais da UNIR no Facebook e Instagram
