Prefeito anuncia quase 50 obras em andamento, mas só três estão em fase final de execução e 28 não tem previsão de sair do papel

Na prática, o prefeito cassado só tem 3 obras com mais de 90% executadas, prestes a serem concluídas, no valor total de 732.609,95. Um número ainda muito distante dos 120 milhões anunciados.

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“Praça K deveria ter sido entregue em maio de 2021, mas, iluminação está desligada desde dezembro e processo ainda prevê aditivo de pagamento”

O prefeito de Vilhena, Eduardo Japonês (PV), vem se apressando em divulgar que Vilhena se transformou em “um canteiro de obras”, depois de ter sido cassado pelo TRE. Ele garante estar com quase 50 obras em andamento, as quais, juntas, somariam 120 milhões em investimentos. Um simples cálculo aponta que não é bem assim.

À luz da matemática, os números estão corretos no que se refere ao montante, considerando obras deixadas por outras administrações, que sozinhas, somam 40 milhões de reais.

O uso desse quantitativo propagado pelo prefeito, sugere a ideia de “volume de obras”, mas pode ser interpretado como um engodo para tentar garantir uma imagem de bom gestor de Eduardo Japonês. Por isso a expressão “em andamento” é usada para sugerir que estão sendo executadas, criando falsa expectativa na população.

A partir de uma planilha enviada pela própria assessoria do prefeito, é possível analisar o andamento real das obras. Das 46, apenas três estão em fase final de execução: Iluminação no parque ecológico, no valor de 64.697,62; a segunda etapa da iluminação da Melvin Jones, no valor de 235.120,79 e a construção da praça K, no valor de 432.791,54. Juntas, as três obras em fase final, somam apenas 732,609,95.

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As cinco obras executadas acima de 50%, que podem demorar meses ou anos para serem concluídas, a exemplo da reforma do Hospital Regional, atrasada em dois anos, juntas, somam apenas 3.049.518,60, enquanto as que estão em média de 30% executadas, 3.401.344,52.

O problema maior do “pacote de obras” do prefeito, está em 29 obras que aparecem com status “0” de execução na planilha. Ou seja, sequer saíram do papel. Juntas, representam 65% do engodo anunciado pelo prefeito. Um total de 44.500.421,22. Na prática, se forem consideradas as obras com a média de 30, 60 e 90% de execução, a gestão do prefeito Eduardo Japonês alcançará 48.634.375,69, dos quais, apenas 732,609,95 referem-se a obras em fase final de construção.

O resultado da análise contradiz a informação do prefeito, de que as 46 obras somariam 120 milhões em investimentos. Foram incluídos nesse valor, as obras de implantação da rede de esgoto e ampliação da rede de água, conquistas de gestões anteriores que, avaliadas em 40 milhões, elevariam esse valor para 84 milhões, o que ainda manteria uma diferença final de 36 milhões em relação aos 120 milhões anunciados.

Boa parte das obras anunciadas pelo prefeito, foram garantidas por gestões anteriores e muitas delas, estão atrasadas em seus cronogramas.

 

Por: Paulo Mendes/DRT 1442