Polícia Civil de Vilhena conclui que morte de boiadeiro foi premeditada

Para o delegado, a motivação para o crime é o tráfico de drogas

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Foto: Renato Spagnol

A Delegacia Especializada na Repressão de Crimes Contra a Vida (DERCCV), da Polícia Civil de Vilhena, concluiu que a morte do jovem Júlio da Silva Machado, que trabalhava como boiadeiro, foi premeditada. O homicídio foi registrado no dia 25 de abril de 2016 na Travessa 908 no Setor 09, por volta das 11h40 da manhã.  Conforme o delegado Nubio Lopes de Oliveira, que investigou o caso, o autor do crime é um jovem de 18 anos conhecido pelo apelido de “Clebinho” – ele cumpre pena no Centro de Ressocialização Cone Sul por outros crimes.

Para o delegado, a motivação para o crime é o tráfico de drogas. O suspeito foi indiciado por homicídio qualificado, por recurso que dificultou a defesa da vítima (Art. 121, § 2º, IV do Código Penal – Decreto Lei 2848/40). Segundo a polícia, o suspeito arquitetou o crime para pegar a vítima de surpresa.

O crime

O boiadeiro Júlio da Silva Machado, na época com 21 anos, estava sentando em frente à residência de um tio com outros dois amigos, quando dois homens chegaram em uma motocicleta. Com o veículo ainda em movimento o homem que estava na garupa deu o primeiro tiro que acertou o abdômen da vítima. Em seguida, o atirador desceu da moto e fez outros disparos contra a cabeça do boiadeiro. Ele teve morte instantânea.

Aparecido morreu em 2018 por complicações decorrentes do AVC

Sentado em uma cadeira de rodas na varanda da casa estava Aparecido Machado, tio da vítima. O homem de 49 anos clamou, segundo depoimento prestado por ele à polícia, pela vida do sobrinho, mas não foi ouvido. O atirador continuou puxando o gatilho contra a vítima imóvel no chão e antes de deixar o local do crime ele, “Clebinho”, mirou e atirou contra o pé direito do cadeirante.

Aparecido se locomovia com ajuda de cadeira de rodas em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido anos antes. Pelo ferimento a bala ele foi hospitalizado e se recuperou. Aparecido morreu em 2018 por complicações decorrentes do AVC.

A pessoa que pilotava a moto no dia do crime ainda não foi identificada. Com a conclusão do inquérito policial o caso foi enviado à Justiça. Além do indiciamento por homicídio qualificado, “Clebinho” irá responder por lesão corporal, por ter atirado no cadeirante.