Pacientes relatam espera de mais de seis horas por atendimento no hospital de Vilhena

Casos foram registrados no plantão de domingo (8). Uma paciente de 47 anos com fortes dores no abdômen passou mais de 6 horas na fila e saiu da unidade sem receber remédio

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Foto: Renato Spagnol/Arquivo

Alguns pacientes aguardaram por mais de seis horas para conseguir atendimento médico no pronto-socorro do Hospital Regional Adamastor Teixeira de Oliveira na noite deste domingo, 8 de março, em Vilhena. Além da espera, pacientes com dores e estado febril saíram da unidade sem receber medicamentos e eles precisaram recorrer a uma farmácia na busca por remédios. As informações foram repassadas ainda durante a noite de ontem à reportagem do Vilhena Notícias.

“Estou desde as 15h esperando atendimento. Cheguei sentindo dores fortes por todo o corpo e com febre”, relatou uma costureira de 53 anos. Ela esperou 6 horas e 20 minutos para ser consultada por um clínico geral.

A dona de casa Jussara Lagos, de 47 anos, chegou às 17h06 e só recebeu atendimento às 23h.  “Muita falta de consideração com as pessoas que dependem do atendimento do Hospital Regional”, desabafou. Com um quadro de infecção urinária, comprovado por exames médicos, e fortes dores ela não foi medicada e saiu da unidade com uma receita nas mãos. “Não tive nem forças para ir a uma farmácia”, lamentou a paciente.

COM A PALAVRA, O HOSPITAL

De acordo com a direção do Hospital Regional de Vilhena, casos de infecção urinária não são considerados urgência ou emergência e, por isso, não entram como prioridade na escala de atendimentos. A paciente com esse quadro, no entanto, foi medicada e recebeu atendimento normalmente, passando pela triagem, consulta, exame, medicação e prescrição de receitas.

Neste domingo, em especial, o Pronto Socorro estava sobrecarregado pois houve 17 pacientes oriundos de 5 acidentes de trânsito graves que aconteceram na cidade e na região, alguns com fraturas expostas, inclusive. Destes, 5 tiveram de passar por cirurgia. Além disso, houve casos de perfuração de arma branca e mais pacientes urgentes. Isso acarretou, sim, mais tempo de espera para os pacientes não-urgentes.

Três médicos atendiam normalmente no Hospital Regional de Vilhena na tarde deste domingo e, inclusive, mais servidores foram chamados para dar conta da demanda adicional causada pelos acidentes.

A justificativa não convenceu a dona Jussara. Ela alega que depois de tantas horas de espera saiu do hospital com a sentimento de frustração. “Mesmo com dores não me deram uma dipirona, mandaram eu comprar medicamento”.