Médica neurologista Simone Lucatto fala sobre esclerose múltipla, sintomas e tratamentos

Doença atinge com maior incidência pessoas entre 20 e 40 anos de idade

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Fotos: Renato Spagnol

O dia 30 de maio é assinalado oficialmente como o Dia Mundial da Esclerose Múltipla. É uma data em que a comunidade médica, científica e as associações engajadas na causa promovem ações de conscientização e de compreensão do impacto da esclerose múltipla (EM) que afeta milhões de pessoas mundo afora.

A Esclerose Múltipla é uma enfermidade autoimune degenerativa do sistema nervoso central que afeta cérebro e medula espinhal. A doença atinge 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo e 35 mil brasileiros, com maior incidência em mulheres entre 20 e 40 anos de idade, segundo dados da associação brasileira de esclerose múltipla.

Estudos da MS Society UK aponta que 3 em cada 5 pessoas com EM sofrem a solidão como efeito direto de sua condição.

Graduada em medicina pela Universidade de Cuiabá (UNIC), Simone Lucatto se especializou em neurologia na Santa Casa de Londrina (PR) e integrou equipe de estudos em doenças desmielinizantes na Santa Casa de São Paulo (SP) e no Hospital 9 de Julho, também na capital paulista.

O Vilhena Notícias tirou algumas dúvidas com a médica neurologista da Mega Imagem Centro de Diagnóstico, Simone Lucatto, sobre as causas, os sintomas e a terapia da esclerose múltipla.

Simone Lucatto explica que a EM é caracterizada como enfermidade autoimune e sem prevenção e não se conhecem ainda as causas da doença. No entanto, há predisposição genética e fatores ambientais relacionados à vida do indivíduo, como por exemplo, os vírus que o indivíduo teve contato no decorrer da vida.

Uma peculiaridade da doença é que pacientes diagnosticados com EM nem sempre apresentam o quadro característico da esclerose múltipla, o que dificulta um diagnóstico precoce da doença.

Entre os sintomas da patologia, a fadiga é uma das causas mais comuns e incapacitantes do paciente e, ainda, ela compromete a capacidade de caminhar, enxergar e falar.

Outra característica da doença é o comprometimento da memória e a dificuldade em desenvolver atividades simples, e num primeiro momento, o paciente pode nem notar.

“Esquecer palavras ou tarefas da sua rotina diária pode ser um sinal de que a doença está afetando a sua memória, é o que chamamos de dificuldade executiva”, pontua Simone Lucatto. “Se isso acontecer, é melhor procurar o seu médico”, frisa a especialista em neurologia.

O diagnóstico da doença é clínico, através de exames de imagem, como a ressonância magnética.

A médica explica que por ser uma doença incurável, a terapia tem duas finalidades principais: abreviar a fase aguda e tentar aumentar o intervalo entre um surto e outro, para dar mais qualidade de vida ao paciente. (Para saber mais sobre esclerose múltipla visite o portal da ABEM no endereço http://abem.org.br/.)