Exclusivo: presidente da Câmara de Vilhena quer criar oito novos cargos e dar aumento especial para servidores de “elite”

Com os reflexos adicionais na folha de pagamento da Câmara, o custo adicional anual da negociação passará de 1 milhão.

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Ronildo Macedo, presidente da Câmara de Vereadore de Vilhena

O vereador pretende criar oito novos cargos comissionados na Câmara Municipal de Vilhena, a um custo de 34 mil reais mensais e conceder mais 30 mil reais em gratificações para servidores efetivos.

O projeto de lei, formatado como “PCCS”, de autoria de Ronildo Macedo, presidente da Câmara de Vilhena, prevê 8 novos cargos comissionados com salários de 4 e 6 mil reais. Ao todo, os novos cargos comissionados custarão em torno de 28 mil por mês ao município.

Segundo fontes da própria Casa de Leis, o objetivo do presidente seria conseguir apoio beneficiando com novos cargos, pessoas ligadas a eles, para tentar eleger a esposa como deputada estadual, tendo em vista que estamos em ano eleitoral.

Outra situação é o aumento prometido aos servidores efetivos que convenceram os vereadores a arquivar a CPI da construção ano passado. Só neste caso, o prejuízo mensal de dinheiro público será em torno de 13 mil reais, pois os aumentos chegam perto de 100%.

Para conseguir “amarrar” a negociação que garante a criação dos novos cargos e aumento para o chamado “grupo de elite”, o presidente precisará, segundo a fonte, conceder um aumento de mais 12% a todos os servidores efetivos da Câmara, o que pode também lhe render apoio dos servidores para a esposa pré candidata.

Os valores somados, custarão aos cofres públicos de Vilhena em torno de 80 mil reais mensais. Com os reflexos adicionais na folha de pagamento da Câmara, o custo adicional anual da negociação passará de 1 milhão.

A estratégia de Ronildo parece a mesma de quando “cooptou” um dos principais servidores da Câmara de Vereadores, que estava denunciando sua gestão no Ministério Público e, logo em seguida, assumiu um dos principais cargos da Casa de Leis, pondo fim ao andamento das denúncias.

Tudo isso, na contra mão do que a sociedade vilhenense espera do parlamento, especialmente nesse período final de pandemia. Ao que tudo indica, o presidente da Câmara, Ronildo Macedo, resolveu “dividir” os recursos que quase todos os anos sobram na Câmara, entre os servidores “mais leais” à sua gestão, mesmo com a popularidade em baixa.

Beneficiados com os novos cargos e aumentos de salários, a maioria dos vereadores já se mostrou disposta a assinar o projeto, que deve ser votado a “toque de caixa”, ainda esta semana, depois de lido amanhã (17), em sessão ordinária da Câmara. Segundo a fonte, Ronildo deve convocar uma sessão extraordinária imediatamente e, na surdina, para garantir a aprovação do projeto sem interferência da sociedade.

“Se ninguém fizer nada, o projeto será aprovado e a sociedade pagará uma conta alta que indiretamente poderá servir para o projeto político do presidente Ronildo Macedo. A hora de se manifestar contra o projeto, é agora”, disse a fonte.